26.1.06

Revisisitando Fortaleza

Estive lá, revisitei a minha Fortaleza,
tinha que ser em janeiro, onde tudo é livre e descompromissado.
Férias, absolutamente férias!
E eu em Fortaleza após 10 anos de ausência.
Revi suas praias, praças, monumentos, bares, e sua boa gente.
Revi a sua bela Catedral, seu Mercado Central, suas estreitas ruas centrais...
Revi seu artesanato, comi castanhas de cajú, bebi cajuína e Ypioca,
Comi sua deliciosa tapioca em pleno shopping Iguatemi.
É...tapioca em praça de shopping
e degustada por gringos do mundo inteiro, viva a tapioca!
Revi a lua cheia em Fortaleza, flutuando no seu céu claro de estrêlas,
refletida no imenso verde mar aberto do meu Ceará.
Revi um pouco da história do Forte que deu origem a cidade,
de Bárbara de Alencar, seu tormento e dor.
Revi seu povo simples das ruas Guilherme Rocha,
Liberato Barroso, Pedro Pereira,
Praça dos Leões, Praça do Ferreira
e todo o seu antigo centro, já meio descuidado,
mas vivo e pulsante.
Presenciei o Maracatu Rei de Paus em manisfestação espontânea
em frente ao teatro José de Alencar,
como se fosse um presente ao humilde filho, há tempos ausente.
Revi a minha querida Fortaleza,
me banhei no mar azul do Porto das Dunas;
tomei água de coco, provei seriguela,
tomei cerveja gelada, com um saboroso Pargo com Baião de Dois no Beach Park
e me diverti nas noites de forró do Pirata e tantas outras
opções de diversão que a cidade oferece.
Revi Fortaleza e reforcei meus laços com parentes,
fiz novas amizades e trouxe uma saudade sincera
e a certeza de que em breve, muito breve voltarei.

24.1.06

PATATIVA DO ASSARÉ

Antônio Gonçalves da Silva, nasceu a 05/03/1909 na serra de Santana, numa pequena propriedade rural, no município de Assaré no sul do Ceará.
É o segundo filho de Pedro Gonçalves da Silva e Maria Pereira da Silva. Casado com D. Belinha com quem teve nove filhos. Publicou " Inspiração Nordestina" em 1956. " Cantos de Patativa" em 1966. Em 1970, Figueiredo Filho publicou seus poemas comentados "Patativa do Assaré". São inúmeros os folhetos de cordel de sua autoria, bem como poemas publicados em revistas e jornais.
Raimundo Fagner, cantor e compositor cearense, musicou um de seus belos poemas " Vaca Estrela e Boi Fubá"que se tornou um clássico do cancioneiro popular no Brasil.
Por muito tempo na cadeira de literatura popular universal da Universidade de Soborne, sua literatura foi motivo de estudo. Faleceu em 08 de junho de 2002, em Assaré-CE. Cidade que lhe serviu de berço e lhe emprestou o nome.
No passeio do Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza, há uma estátua em bronze, em tamanho natural. Uma justa homenagem a este gênio da poesia nordestina, cuja a obra o mundo reverencia.

Um pequeno trecho de uma obra sua de CORDEL:

Na vida o que eu não espero
gosta de me aparecer.
Vejo sempre o que não quero
em vez do que eu quero ver.

Acho melhor ser amado
sem possuir um vintém.
Do que ser muito abastado
sem ninguém me querer bem.

O mundo está sempre cheio
de prepotentes sujeitos,
que olhando o defeito alheio,
se esquece dos seus defeitos.

Dois furões de maribondo,
teus olhos tenho julgado,
mas não corro e nem me escondo
eu quero é ser ferroado.