6.3.06

O Profeta (Gibran Kalil Gibran)

...Uma obra eterna.
O Oriente não teve poeta que exprimisse melhor a delicadeza
mística de sua alma.
Gibran é um dêsses mestres da sabedoria que ensinam a arte de viver pela conquista da paz interior nutrida na contemplação da beleza...
Massour Challita - traduziu esta bela obra, que tive acesso em 1974, já em sua terceira edição no Brasil pela Editora Civilização Brasileira - RJ.
...Esta obra revela os assuntos mais básicos e universais da vida humana: o amor, o matrimônio, os filhos, o comer e o beber, o trabalho, as habitações, o crime e o castigo, a liberdade, a prece, o prazer, a amizade, a religião, a morte. E o profeta descobre em cada assunto aspectos elevados e inspiradores. E depois, despede-se de seus ouvintes com uma longa e emocionante preleção sôbre o destino humano. E do conjunto de suas palavras, resulta uma filosofia da vida igualmente prática e espiritual, que convence e exalta ao mesmo tempo, pois, baseada nas atividades mais comuns da existência, concebe essas atividades mais comuns da existência, com um espírito de comunicativa grandeza.
Essa capacidade de assim conciliar o ideal e a realidade, deve-a Gibran ao fato de ter sido um sábio e um místico que viveu em Beirute, Bóston, Paris, Nova Yorque, e não numa cela isolada de alguma montanha inatingível. Frequentou os homens e as mulheres e fala-lhes do que eles e elas conhecem, e procura elevá-los a um mundo superior, mas não diferente, contrariamente ao místico hindu, por exemplo, que, ao pregar o nirvana, fala-nos de algo que não podemos experimentar sem o treino de longos anos.
É este o primeiro segrêdo do sucesso universal de " O Profeta".
O segundo segrêdo, está na junção, também rara, da beleza e originalidade do pensamento com a beleza e originalidade do estilo.
Vida e Obra:
  • Gibran - nasce em 1883 a 6 de dezembro em Bicharré, na montanha do Líbano;
  • 1894 - emigra para os Estados Unidos e instala-se em Bóston com sua mãe, seu irmão Pedro e suas irmãs Mariana e Sultana.
  • 1898-1902 - Volta ao Líbano para completar seus estudos do árabe. Matricula-se no colégio da sabedoria, em Beirute. Ao diretor, que procurava acalmar sua ambição impaciente, dizendo-lhe que uma escada deve ser galgada degrau por degrau, Gibran retruca: " Mas as águias não usam escadas."
  • 1902-1908 - De novo em Bóston. Sua mãe e seu irmão morrem em 1903. Gibran escreve poemas e meditações para um jornal árabe de Bóston, Al-Muhajir(O Emigrante). Seu estilo nôvo, feito de música, imagens e símbolos, atrai-lhe as atenções do Mundo Árabe.
  • 1908-1910 - Em Paris. Estuda ma "Académie Julien". Conhece Auguste Rodin, que lhe prediz um grande futuro, uma de suas pinturas em tela é escolhida para Exposição Belas Artes de 1910. Neste íterim, morrem seu pai e sua irmã Sultana.
  • 1910 - Volta a Bóston, no mesmo ano, muda-se para Nova Yorque, onde permanecerá até o fim de sua vida.
  • 1905-1920 - Gibran escreve quase exclusivamente em árabe e publica sete livros nesta lígua: 1905, A Música; 1906, As Ninfas do Vale; 1908, As Almas Rebeldes; 1912, As Asas Quebradas; 1914, Uma Lágrima e Um Sorriso; 1919, As Procissões; 1920, Temporais.
  • 1918-1931 Gibran deixa, pouco a pouco, de escrever em árabe e se dedica ao inglês, no qual produz também oito livros: 1918, O Demente, 1920, O precursor; 1923,O Profeta; 1927, 1928,Areia e Espuma; Jesus, O Filho do Homem; 1931, Os Deuses da Terra. Depois da morte de Gibran foram serão publicados dois livros: 1932, O Errante e em 1933, O Jardim do Profeta.
  • 1931- Gibran morre no Hospital São Vicente de Nova Yorque a 10 de abril. Seu corpo, exposto em câmara ardente em Nova Yorque e Bóston, foi visitado por milhares de admiradores. Em julho do mesmo ano, sua irmã levou-o ao Líbano, onde lhe foi proporcionada uma recepção oficial e popular de inusitadas proporções. Foi enterrado em sua cidade natal de Bicharré, num velho convento cavado na rocha, onde Gibran sonhava ir viver seus últimos anos. Seu túmulo tornou-se um lugar de peregrinação. Gibran é considerado, no Oriente e no Ocidente, como o maior escritor e pintor que o mundo Árabe produziu no século XX, e como um sábio e um poeta que soube verter numa forma de rara beleza o incomensurável tesouro da sabedoria oriental.

Na página 29 de " O Profeta ", lê-se: E uma mulher que carregava seu filho nos braços disse:

" Fala-nos dos filhos."

E êle disse: "Vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. Êles vêm através de vós mas não de vós. E embora vivam convosco, não vos pertencem.

...Podeis autorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos, porque eles têm seus próprios pensamentos. Podereis abrigar seus corpos, mas não suas almas; pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho...

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