16.10.07

Paulo Autran ( O Adeus )

1922 a 12/10/2007
Encerra-se a carreira de um gênio.
Não um gênio comum,
Sim, um gênio na arte de interpretar;
um gênio de caráter e
leveza nas relações humanas.
Um homem sábio e verdadeiro em sua plenitude
de propósitos na construção da cultura da vida.

Definia o teatro como:
a arte de fazer rir, fazer emocionar, fazer refletir.

A TV Bandeirantes reprisou em sua homenagem
um programa Canal Livre do qual participou no ano de 2006.
Ali, Ele se expôs em toda a sua grandeza e sabedoria.
Sempre elegante nas respostas, nos permitiu entender um pouco mais
de sua inteleligência e vivência como militante
maior, que sempre foi em sua existência, o Teatro Brasileiro.

Encerrou o programa declamando de Cassimiro de Abreu:
... "Ai que saudades que eu tenho da aurora da minha vida,
da minha infância querida dos tempos que não voltam mais"...

Como não voltam mais, Autrans e outros raros exemplares
de homens cultos que se vão e deixam um vazio imenso
na vida cultural brasileira.

Que os céus abra-lhe as cortinas e os anjos o aplaudam
no seu ingresso na eternidade.
Obrigado Paulo Antran.


3.10.07

UM OLHAR MAIS DEVAGAR

Precisamos parar,
olhar com mais tempo e carinho
para nossos pais, nossos irmãos,
nossos amores..., para nossos vizinhos.

Vivemos apressados, stressados
feito pássaros sem ninho.
Precisamos nos ater a não contar o tempo,
desfrutar melhor nossos momentos
e saber construir passo-a-passo nossa sabedoria.

Precisamos olhar mais devagar a paisagem da janela,
no jardim, a florada amarela,
a cantoria dos pássaros e a canção das águas.

Precisamos viver mais intensamente o amor
e valorizar mais nossas relações de amigos e da família,
pois a vida passa como o vento, leve, sem volta
e do jeito que estamos indo, destruindo tudo,
vamos rapidamente alcançar um futuro ainda mais violento,
sem graça, sem história, sem amor, sem tempo, sem glória...

2.10.07

PACTO QUEBRADO

Este Poema dedico aos que lutam contra a devastação do planeta; a todos os bravos e sofridos brasileiros que vivem do cultivo e do trato da terra e aguardam pela reforma agrária; aos sonhadores que ainda acreditam que conviveremos com um meio ambiente amparado e guardado por leis sérias e respeitadas.

APONTA O HOMEM O SEU DESTINO
SEGUE À CATA DE VALOR
ABRE FENDAS PELA TERRA
QUEBRA UM PACTO DE AMOR


FERE NA ALMA A NATUREZA
FERE A SI
FERE AO SENHOR
ROUBA DO SOLO A CERTEZA
APONTA A FOME E O PAVOR


DEVORA O VERDE E A ESPERANÇA
ROUBA DOS VENTOS A CANÇÃO
SEGUE O HOMEM SE TRAINDO
GOLPEANDO A PRÓPRIA MÃO


SEGUE O HOMEM SE TRAINDO
SE ARMANDO POR PAIXÃO
ESQUECENDO A PIOR ARMA
A SUA PRÓPRIA SOLIDÃO


E ESCORREM AS ÁGUAS POLUIDAS
PELA QUÍMICA DO PATRÃO
FAZ CRESCER A MORTE EM NOSSAS VIDAS
E O DESERTO EM NOSSO CHÃO.