25.2.10

Meu Coração Está no Breu

Meu coração está no breu,
e minhas lágrimas não cessam.
Os abutres continuam nos afanando
escandalosamente pelos quadrantes obscuros de Brasília.

Meu coração está no breu,
e não sei até quando teremos que conviver
com esses escândalos políticos nacionais.

O dinheiro que nos levam através dos inúmeros impostos,
nunca chega ao seu destino, que seria gerar a educação, segurança,
melhorar a saúde e matar a fome das crianças
e dos idosos pobres e desamparados de nosso país.

Até quanto terei a paciência de ter esperança
nesses falsos defensores do bem público,
falsos guardiões de nosso futuro?

É certo que as dificuldades são apresentadas
para aperfeiçoar os aprendizes.
Os deslizes, as falhas... são perdoáveis a qualquer ser humano
que se disponha a recuperação, mas tudo tem um limite.

Em Brasília, quanto mais deslizes,
mas os bandidos afundam a mão,
pois certos estão da impunidade.

Nossos avós e nossos pais nos diziam, lá em nossa infância:
não roubarás, esse lápis não é seu, devolva o apontador do coleguinha,
seja justo e gentil, para que a vida o reconheça como um ser do bem.

Afinal, não desisto, continuo a creditar, mais essa, e outras vezes.
Certamente seguirei a pagar as contas e o justo ao nosso freguês,
eu, meu filho, meu amigo, você e todos nós que desejamos justiça.
Uma hora dessas acertaremos o rumo e nossa esperança
será recompensada, nosso coração sairá do breu.


J. Carvalho 26.02.2010

23.2.10

Irmãos na Paz

Quando não mais tivermos tempo,
talvez despertemos para sermos irmãos na paz.
Que pena, tudo poderia ter sido diferente.

Ostenta-se mundo afora,
troféus de ouro e diamantes,
e acumula-se montanhas de riquezas,
e nos parece que tudo foi em vão.

Sofremos todos ao ver tanta fome e miséria.
Pouco ou nada mudou, basta olharmos para os cenários da África,
Sertões do Brasil, América Latina, Ásia, Oriente Médio...

Quanto foi sacrificado e exterminado,
por pura ganância e falta de amor.
Que pena, tudo poderia ter sido diferente.

Quantas gerações ainda serão sacrificadas,
quanta natureza ainda será morta,
para descobrirmos que só há um caminho:
sermos Irmãos na Paz?

Vivemos em mundos diferentes,
seja no Norte ou no Sul, mas os pecados são os mesmos:
a perda de valores morais, da ética e a banalização da vida.
As geleiras, as tempestades, e o Sol que nos torra, já prenunciam,
que construimos há décadas, um futuro de dor e lágrimas.

Mas, contudo, no horizonte,
surge a Lua de nossa esperança,
que anuncia: despertai Irmãos na Paz,
pois ainda dá tempo de tudo reconstruir,
pois pulsa vida e amor em nossos corações;
vamos com esperança, reverter toda a estupidez!

J. Carvalho 23.02.2010

22.2.10

Lembranças

Lembro quando todas as ruas eram minhas,
os quintais me repousavam,
e eu seguia rumo as montanhas,
apesar de amar demais as planícies e os litorais.

Não sabia de quase nada,
me alimentava de ilusões,
gostosas ilusões que me faziam sorrir
todas as manhãs, pois de certo tinha
somente o conforto dos teus braços e beijos.

Depois de tantos sonhos,
não me entristece mais acordar sozinho,
pois muito aprendi que não se pode domar os aceanos.
Meu coração está ritimado, forte e sereno.

Navego pelo passado que juntos construimos,
lá, é certo que havia mais certeza do amor,
e nossos pés nos bastavam para abrir caminhos,
regamos nosso jardim e colhemos nossas flores.

Os muros que nos impediam de avançar, ruiram,
ficaram de pé apenas as capelas e catedrais,
isso me basta, pois aí me conforto em preces, pois tenho
a certeza do amor maior e sei que em ti isso ficou.

Lembro quando todas as ruas eram minhas,
e os quintais me repousavam...
Lembro do sonho de amor que ficaram pelas planícies e litorais...
O badalar dos sinos das capelas e dos coros de domingo nas catedrais,
Lembro, mas não sofro mais, pois a certeza agora é só minha,
e pela vida não tenho mais rivais.

J. Carvalho 22.02.2010

10.2.10

Uma Questão de Escolha - (Pe. Fábio de Melo)

Retomo as mensagens em meu blog em 2010, com esta bela mensagem do Pe. Fábio de Melo. É um texto forte, objetivo, que nos conduz a uma reflexão profunda, vejam:



O Coração anda no compasso que pode.Amores não sabem esperar o dia amanhecer.O exemplo é simples. O filho que chora tem a certeza de que a mãe velará seu sono. A vida é pequena, mas tão grande nestes espaços que aos cuidados pertencem. Joelhos esfolados são representações das dores do mundo. A mãe sabe disso. O filho, não. Aprenderá mais tarde, quando, pela força do tempo que nos leva, ele precisará cuidar dos joelhos dos seus pequenos.

O ciclo da história nos direciona para que não nos percamos das funções. São regras da vida. E o melhor é obedecê-las.

Tenho pensado muito no valor dos pequenos gestos e suas repercussões. Não há mágica que possa nos salvar do absurdo.

O jeito é descobrir esta migalha de vida que sob as realidades insiste em permanecer. São exercícios simples... Retire a poeira de um móvel e o mundo ficará mais limpo por sua causa. É sensato pensar assim. Destrua o poder de uma calúnia, vedando a boca que tem ânsia de dizer o que a cabeça ainda não sabe, e alguém deixará de sofrer por causa de seu silêncio.

Nestas estradas de tantos rostos desconhecidos é sempre bom que deixemos um espaço reservado para a calma. Preconceitos são filhos de nossos olhares apressados. O melhor é rir devagar. Que cada um cuide do que vê. Que cada um cuide do que diz. A razão é simples: o Reino de Deus pode começar ou terminar na palavra que escolhemos dizer. É simples...