22.2.10

Lembranças

Lembro quando todas as ruas eram minhas,
os quintais me repousavam,
e eu seguia rumo as montanhas,
apesar de amar demais as planícies e os litorais.

Não sabia de quase nada,
me alimentava de ilusões,
gostosas ilusões que me faziam sorrir
todas as manhãs, pois de certo tinha
somente o conforto dos teus braços e beijos.

Depois de tantos sonhos,
não me entristece mais acordar sozinho,
pois muito aprendi que não se pode domar os aceanos.
Meu coração está ritimado, forte e sereno.

Navego pelo passado que juntos construimos,
lá, é certo que havia mais certeza do amor,
e nossos pés nos bastavam para abrir caminhos,
regamos nosso jardim e colhemos nossas flores.

Os muros que nos impediam de avançar, ruiram,
ficaram de pé apenas as capelas e catedrais,
isso me basta, pois aí me conforto em preces, pois tenho
a certeza do amor maior e sei que em ti isso ficou.

Lembro quando todas as ruas eram minhas,
e os quintais me repousavam...
Lembro do sonho de amor que ficaram pelas planícies e litorais...
O badalar dos sinos das capelas e dos coros de domingo nas catedrais,
Lembro, mas não sofro mais, pois a certeza agora é só minha,
e pela vida não tenho mais rivais.

J. Carvalho 22.02.2010

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