26.3.10

FILHOS DA PASCOA


Da esperança, a dor; o sentido oculto que move os pés; o desejo incontido de ver as estradas se transformando, aos poucos, em chegadas rebordadas de alegrias.
Ir; um ir sem tréguas, senão as poucas pausas dos descansos virtuosos que nos devolvem a nós mesmos. Idas que não findam e que não esgotam os destinos a serem desbravados. Passagens; páscoas e deslocamentos.

Eu vou. Vou sempre porque não sei ficar. Vou na mesma mística que envolveu os meus pais na fé, os antepassados que viram antes de mim. Vou envolvido pela morfologia da esperança; este lugar simples, prometido por Deus, e que os escritores sagrados chamam de Terra Prometida. Eu quero.

O lugar sugere saciedade e descanso. Sugere ausência de correntes e cativeiros...
Ainda que o caminho seja longo, dele não desisto. Insisto na visão antecipada de seus vislumbres para que o mar não me assuste na hora da travessia. Aquele que sabe antecipar o sabor da vitória, pela força de seu muito querer, certamente terá mais facilidade de enfrentar o momento da luta.

O povo marchava nutrido pela promessa. A terra seria linda. Nela não haveria escravidão. Poderiam desembrulhar as suas cítaras; poderiam cantar os seus cantos; poderiam declamar os seus poemas. A terra prometida seria o lugar da liberdade...

Mas antes dela, o processo. Deus não poderia contradizer a ordem da vida. Uma flor só chega a ser flor depois que viveu o duro processo de morrer para suas antigas condições. O novo nasce é da morte. Caso contrário Deus estaria privando o seu povo de aprender a beleza do significado da páscoa. Nenhuma passagem pode ser sem esforço. É no muito penar que alcançamos o outro lado do rio; o outro lado do mar...

E assim o foi. O desatino das inseguranças não fez barreira às esperanças de quem ia. O mar vermelho não foi capaz de amedrontar os desejantes da Terra, os filhos da promessa. Pés enxutos e corações molhados, homens e mulheres deitaram suas trouxas no chão; choraram o doce choro da vitória, e construíram de forma bela e convincente o significado do que hoje também celebramos.

A vida cresceu generosa. O significado também.
Ainda hoje somos homens e mulheres de passagens; somos filhos da Páscoa.
Os mares existem; os cativeiros também. As ameaças são inúmeras. Mas haverá sempre uma esperança a nos dominar; um sentido oculto que não nos deixa parar; uma terra prometida que nos motiva dizer: Eu não vou desistir!

E assim seguimos. Juntos. Mesmo que não estejamos na mira dos olhos.
O importante é saber, que em algum lugar deste grande mar de ameaças, de alguma forma estamos em travessia...

Padre Fabio de Melo.

17.3.10

Flores

Minha poesia são Flores espalhadas,
seus versos, são minhas "armas"
para desafiar a vida, o amor, o tempo...

Minha poesia, é o meu coração
em forma de palavras, não são lamentos...
derrama gotas de alegria, sonhos e sofrimentos.

Minha poesia, é o meu presente vivo,
meu passado que não se permitiu momentos,
é o meu futuro, que se apresenta para a caminhada.

Minha poesia, é a minha emoção fragmentada,
é minha paz, minha esperança, minha eterna namorada;
é minha estrêla que brilha, na noite viva, solitária.

J. Carvalho 17.03.2010

12.3.10

Atitudes

Do que já dissemos um ao outro,
nada mais precisamos acrescentar;
o silêncio diz tudo e nos cobra atitudes,
gestos amenos, sorrisos e ares de felicidade.

Não merecemos mais tanta maldade, choros e lamentos;
sim, beijos, afagos e agradecimentos,
para nos aliviar do sufoco que nos impõe a vida.

Vamos em frente e agradecer a Deus,
por nosso amor e nossa saúde;
vamos de mãos dadas e almas entrelaçadas,
brindar realizações e celebrar com os amigos!

Vamos serenos, firmes e com sorrisos abertos,
conquistar espaços, espalhar bons sentimentos
por estes jardins, ruas, praças, templos...
vamos nos motivar com sonhos, gratidão e beijos
pois, é disso que construimos a vida!


J. Carvalho 12.03.2010

11.3.10

Bem Viver

Ao despertar,
oro, reflito, me alimento
de frutos, grãos e mel.

Ao meio dia,
paro, descanso, me alimento
de verduras, carboidrato e proteína.

Ao fim da tarde,
relaxo, penso nas realizações do dia,
me alimento de chá, tortas, pães e iguarias.

A noite,
me exercito, me divirto e faço amor,
me alimento de queijos leves e de um bom vinho,
e entre beijos e carinhos, de mansinho, adormeço
e quando dou por mim, um novo dia começou.


J. Carvalho 11.03.2010

4.3.10

Hoje é Tempo de Ser Feliz

A vida é fruto da decisão de cada momento. Talvez seja por isso, que a idéia de plantio seja tão reveladora sobre a arte de viver.

Viver é plantar. É atitude de constante semeadura, de deixar cair na terra de nossa existência as mais diversas formas de sementes.

Cada escolha, por menor que seja, é uma forma de semente que lançamos sobre o canteiro que somos. Um dia, tudo o que agora silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós,será plantação que poderá ser vista de longe…

Para cada dia, o seu empenho. A sabedoria bíblica nos confirma isso, quando nos diz que "debaixo do céu há um tempo para cada coisa!"

Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita futura.

Felicidade talvez seja isso: alegria de recolher da terra que somos, frutos que sejam agradáveis aos olhos!

infelicidade, talvez seja o contrário.

O que não podemos perder de vista é que a vida não é real fora do cultivo. Sempre é tempo de lançar sementes… Sempre é tempo de recolher frutos. Tudo ao mesmo tempo. Sementes de ontem, frutos de hoje, Sementes de hoje, frutos de amanhã!

Por isso, não perca de vista o que você anda escolhendo para deixar cair na sua terra. Cuidado com os semeadores que não lhe amam. Eles têm o poder de estragar o resultado de muitas coisas.

Cuidado com os semeadores que você não conhece. Há muita maldade escondida em sorrisos sedutores…

Cuidado com aqueles que deixam cair qualquer coisa sobre você, afinal, você merece muito mais que qualquer coisa.

Cuidado com os amores passageiros… eles costumam deixar marcas dolorosas que não passam…

Cuidado com os invasores do seu corpo… eles não costumam voltar para ajudar a consertar a desordem…

Cuidado com os olhares de quem não sabe lhe amar… eles costumam lhe fazer esquecer que você vale à pena…

Cuidado com as palavras mentirosas que esparramam por aí… elas costumam estragar o nosso referencial da verdade…

Cuidado com as vozes que insistem em lhe recordar os seus defeitos… elas costumam prejudicar a sua visão sobre si mesmo.

Não tenha medo de se olhar no espelho. É nessa cara safada que você tem, que Deus resolveu expressar mais uma vez, o amor que Ele tem pelo mundo.

Não desanime de você, ainda que a colheita de hoje não seja muito feliz.

Não coloque um ponto final nas suas esperanças. Ainda há muito o que fazer, ainda há muito o que plantar, e o que amar nessa vida.

Ao invés de ficar parado no que você fez de errado, olhe para frente, e veja o que ainda pode ser feito…

A vida ainda não terminou. E já dizia o poeta "que os sonhos não envelhecem…"

Vai em frente. Sorriso no rosto e firmeza nas decisões.

Deus resolveu reformar o mundo, e escolheu o seu coração para iniciar a reforma.

Isso prova que Ele ainda acredita em você. E se Ele ainda acredita, quem sou eu pra duvidar… (?)

Pe. Fabio de Melo


3.3.10

As Dores do Mundo

Repetem-se as tragédias mundo afora,
o povo chora e sofre em seguidas destruições:
terremotos, tempestades, tsunamis, terrorismos, guerras...

Até quando oh! Pai,
se permitirá a estupidez diária de devastação do planeta?
Desmatamento, emissão de gases, poluição de rios e mares...

Choram nossos corações aflitos,
certos de que estamos caminhando para um triste fim,
pois prevalece a ignorânica da gana do poder e do dinheiro!

Repetem-se as tragédias e se aprofundam rotineiramente,
e arrebentam de dor nossas almas e corações,
ao assistirmos impotentes o desmoronar de tantos sonhos e vidas.

Mas insistimos em nossa esperança,
de que possamos despertar a tempo deste pesadelo,
e reconstruir ao menos parte de toda a vida
que através de nossa estupidez, durante séculos, se desmoronou.

J. Carvalho 03.03.2010