25.3.11

A Lição da Tragédia Japonesa

Extraido do Blog de Hildegard Angel:

"A preocupação com a segurança no Japão é tamanha que se estuda sobrevivência todos os dias, e isso não é de hoje. Em 1923, quando, em outra catástrofe, morreram em Tóquio mais de 100 mil pessoas, o imperador em seguida baixou um decreto proibindo a fabricação do "tansu" com rodinhas, a cômoda dos japoneses...

Naquele ano, faltavam poucos minutos para o meio-dia quando houve o terremoto, e as famílias se encontravam em suas casas de madeira, reunidas para o almoço, as mulheres à beira dos pequenos fogões no preparo da refeição. Por conta disso, houve muitos incêndios e muitas mortes. E o que tem o tansu a ver com isso?...

Na época, os japoneses moravam em pequenas casas, onde tinham poucos bens e, entre seus objetos, possuiam, normalmente, dois tansus. Um para guardar utensílios de cozinha e outro para roupas e dinheiro. No meio da tragédia, eles deixaram suas casas, que incendiavam, todos com a precocupação de levar seus tansus com rodinhas, o que provocou um grande congestionamento de tansus nas ruas de Tóquio, acarretando ainda mais mortes. Com desprendimento, sem a preocupação de levar seus tansus com os "bens", muitas vidas teriam sido salvas..."


Na tragédia, o povo japonês nos dá a lição de comportamento, respeito, e sobretudo disciplina. As filas são formadas respeitosamente e com resignação, para simples utilização de um telefone público. Não se vê uma cena de agressividade ou saques, como em outras tragédias similares em outros países. Todos de imediato, já se dispõem para dar início a reconstrução de tudo. Diante da dor imposta pela natureza, ali estão eles, dando-se as mãos, amenizando as lágrimas de cada um, proporcionando o conforto mínimo, digno, religiosamente solidários, que nos emociona e nos enche de esperança de que podemos, em todo mundo, ser melhores, ainda dá tempo!

Não há tecnologia ou engenharia que se defenda integralmente desta força que a tudo supera. O mundo caminha para um fim trágico, se não for cuidado de imediato. O terror que virá dos céus e das profundezas da terra, com reflexos nos mares, já dá sinais de proximidades. Na superfície, do planeta só temos feito bobagens para exercitarmos um consumismo medíocre e irresponsável. Extraimos gananciosamente, consumimos tudo e não nos contemos até agora. Desmatamos impiedosamenteas florestas e pouco cuidamos do meio ambiente. Daqui há alguns anos a frente, certamente estaremos lamentando a escassez de água potável em regiões nunca imagináveis. Essa mesma escassez que maltrata milhares e extingue inocentes africanos há anos; nordestinos brasileiros, enfim. Isto é, antes, se não formos extintos em massa, torrados por explosões e contaminações de origem nuclear.

É certo, que ainda há tempo de nos reeducarmos para uma convivência harmônica no nosso planeta e prorrogar mais alguns séculos a existência de vida plena. Que Deus nos ajude e nos desperte enquanto ainda podemos tomar atitudes salvadoras!

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