22.9.11

PHILIP KOTLER

Marketing no ano 2005

( texto do livro “Marketing para o Século XXI” de Philip Kotler ) - (texto ainda atual e creio que valerá ainda nas próximas décadas do novo século/milênio).


Aqui, acrescentarei minhas idéias sobre o rumo do marketing no novo milênio. Farei isso olhando o futuro “em retrospecto”. Estamos em 2005. Eis os principais avanços no mercado físico e virtual:

A intermediação de atacadistas e varejistas sofreu uma redução considerável, devido ao comércio eletrônico. Virtualmente todos os produtos estão agora disponíveis sem que seja necessário ir à loja! O cliente pode acessar as imagens de qualquer produto na Internet, ler as especificações, pesquisar o melhor preço e as melhores condições entre os fornecedores on-line, dar um clique no pedido e fazer o pagamento via Internet. Desaparecem os onerosos catálogos impressos ( o grifo é meu! ). A compra de empresa para empresa por meio da Internet aumentou ainda mais que as compras de consumidores individuais on-line. Compradores de empresas utilizam a Internet para procurar pelos itens mais rotineiros, anunciar suas necessidades, aguardar propostas de vendas ou simplesmente para surfar pelos sites que marcaram como favoritos.

Os lojistas de varejo viram o fluxo de clientes diminuir muito em seus estabelecimentos. Como resposta, mais varejistas empreendedores estão instalando cinemas e outras formas de lazer em seus estabelecimentos comerciais. Muitas livrarias, minimercados, supermercados e lojas de roupas agora incluem uma lanchonete e abrem espaço para pequenos shows e palestras. Essencialmente, essas lojas estão oferecendo uma “experiência”, em vez de uma variedade de produtos.

A maioria das empresas desenvolveu bancos de dados privados contendo preciosas informações sobre preferências, necessidades e exigências de cada um de seus clientes. Tais empresas utilizam essas informações para fazer uma “customização de massa” de seus produtos. Um número cada vez maior de empresas apresenta plataformas de produtos on-line nas quais os clientes podem projetar as especificações que desejam. Muitas empresas do setor automobilístico, de computadores, de eletrodomésticos e alimentício convidam os clientes a visitar sua home page e ajudar a projetar se produto, serviço, sistema ou programa, indicando suas preferências em um formulário. O produto resultante dessas modificações é então exibido na tela.

As empresas estão conseguindo reter mais os seus clientes, encontrando maneiras criativas de superar suas expectativas. Em função disso, os concorrentes acham cada vez mais difícil conquistar novos clientes. Consequentemente, a maioria das empresas despende tempo imaginando como vender mais produtos e serviços a seus clientes existentes.

As empresas estão concentrando-se em desenvolver sua carteira de clientes em vez de obter maior participação no mercado. Muitas já descobriram novas maneiras de aumentar as vendas horizontal (cross-selling) e verticalmente (up-selling ). As empresas estão aplicando as mais eficazes técnicas de data mining ( ou triagem de dados ) para extrair de seus data warehouses informações que lhes permitam conhecer melhor seus clientes.

As empresas finalmente conseguiram fazer com que seus departamentos de contabilidade gerassem dados reais sobre a lucratividade de cada segmento de mercado, cliente, produto, canal e unidade geográfica. E estão agora concentrando sua atenção nos produtos, canais e clientes mais lucrativos, formulando pacotes de recompensas para estes últimos.

As empresas mudaram de uma perspectiva de transação para uma perspectiva de desenvolvimento da fidelidade do cliente. Muitas se transferiram para a idéia de fornecimento vitalício para o cliente, pela qual elas se comprometem a fornecer um produto regularmente consumido ( por exemplo, café ou refrigerantes ) a um preço mais baixo por unidade. Elas podem se dar ao luxo de gerar menos lucro por transação em troca de um contrato de compra de longo prazo.

A maioria das empresas agora terceiriza mais de 60 por cento de suas atividades e necessidades. Algumas terceirizam cem por cento, tornando-se empresas virtuais com patrimônio muito reduzido e, portanto, com índices de retorno extraordinários. As empresas que terceirizam estão desfrutando de um negócio em franca expansão. No caso de fabricantes de equipamentos, a maioria prefere trabalhar com um único parceiro fornecedor, que projete e entregue sistemas completos ( na indústria automobilística, um sistema de freios, um sistema de assentos, etc. ) em parceria com o fabricante que detém a marca. As empresas, em sua maioria, fazem hoje parte de uma rede, dependendo bastante de alianças estratégicas com outras empresas.

Muitos dos profissionais de vendas de campo são franqueados, e não funcionários da empresa. A empresa os equipa com as mais modernas ferramentas de automação de vendas, inclusive recursos para desenvolver apresentações multimídia individualizadas, assim como produtos , serviços ou contratos customizados. Grande parte dos compradores tem demonstrado claramente preferir se encontrar com vendedores nas telas do computador do que pessoalmente em seu escritório. Um número cada vez maior de vendas vem ocorrendo por meio eletrônico: comprador e vendedor reúnem-se na tela do computador em tempo real. Os profissionais de vendas estão viajando menos e as companhias aéreas estão encolhendo. Os profissionais de vendas mais eficazes são bem-informados, confiáveis, agradáveis e bons ouvintes.

A propaganda em massa na TV diminuiu sensivelmente devido à existência de 500 canais diferentes. Os jornais e revistas impressos também diminuíram em número ( o grifo novamente é meu ). Por outro lado, os profissionais de marketing podem agora alcançar com mais eficácia seus mercados-alvo, anunciando em revistas e grupos de discussão especializados.

As empresas não são capazes de sustentar suas vantagens competitivas ( salvo patentes, direitos autorais, localizações privilegiadas, informações privadas, etc.). Os concorrentes copiam rapidamente qualquer vantagem utilizando o benchmarking e a engenharia reversa, “queimando etapas” no processo de desenvolvimento. As empresas acreditam que sua única vantagem sustentável está na capacidade de aprender e mudar com maior rapidez.

21.9.11

O olhar do teólogo

Futuro do jovem

De que jovem falamos? Há muitos tipos, desde aquele que batalha no dia a dia para ser alguém na vida até aquele envolvido pela sociedade do prazer e do dinheiro, sem fibra para nada mais que gozar do presente.

Tiremos a média: não ‘nada’ na vida boa, nem ‘grama’ o cotidiano pesado. Este jovem está sedentário, a passar horas diante do computador. Além de frequentar programas de busca, interliga-se com inúmeros grupos e pessoas pelo mundo inteiro por meio dos recursos internéticos. Abandona a alimentação convencional em família pelos sanduíches engolidos rapidamente nos McDonald’s ou no quarto, perdido na aventura eletrônica.

Renuncia ao pensar em prol da informação. A cada instante está a transitar de site em site, frequenta blogs, MSN, facebook e similares, que não pedem nenhum exercício da inteligência, mas somente agilidade tecnológica e rapidez de escrita em informatês. A imagem substitui a ideia e, até mesmo, o símbolo no sentido de sinal provocativo do relacionar, imaginar e criar.

Os psicólogos e sociólogos perguntam-se sobre as transformações e deformações que esta maneira de viver acarreta. A olhos vistos, a geração sedentária e alimentada com sanduíches mostra alta taxa de obesidade. Não pratica esporte, não tem contato com a natureza e permanece refém das imagens e da linguagem virtual.

A obesidade age também na psicologia do jovem. Em muitos casos, tornam-se motivo de gozação dos colegas. Sentem a desarmonia do corpo com efeitos na baixa autoestima. E não faltarão problemas para as relações afetivas. Ajuntam-se, à deficiência esportiva, maus hábitos alimentares. Lentamente se perdem costumes tradicionais que a sabedoria popular brasileira consagrara e que agora a cultura americana suplanta.

Do lado psíquico, a situação não sorri. A obsessão pelas relações virtuais tem minado a capacidade de relacionar-se com as pessoas no contato presencial. A diferença das duas relações mostra o risco da substituição de uma pela outra. As relações virtuais desconhecem responsabilidade. As pessoas não passam de signos que são calados com pequeno toque no del. A descartabilidade dos parceiros eletrônicos não permite amadurecimento afetivo. Este pede responsabilidade e respeito que só a presença física impõe.

A arte de pensar exige silêncio interior, capacidade de reflexão e análise que a agitação da telinha do PC dificulta. Talvez esteja sendo gestado outro tipo de jovem, extremamente hábil e ágil nos recursos eletrônicos, mas lento e pouco crítico em face da realidade. O sistema dominante encanta-se com eles, já que as classes dominantes reinam intocadas.

E, finalmente, a abundância e a força estimulativa das imagens secam a sede de transcendência. O lado espiritual se acanha. No máximo, toleram-se surtos espiritualistas festivos que não tocam a profundidade do mistério. E junto à crise espiritual se une a perda do sentido da vida. Então facilmente se salta para o puro presentismo e para a busca sôfrega do prazer, da droga.

Pe. João Batista Libanio –

Professor da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia ( FAJE)

Jornal de Opinião – edição 1159 - Página 9

12.9.11



"Sound Of Silence"

Esta antiga canção de Art & Garfunkel, Sound Of Silence, é perfeita para ilustrar o sentimento solene destes 10 anos comemorativos do 11 de setembro, vejam a tradução a seguir.


Sound Of Silence(O Som do Silêncio)

Paul Simon & Art Garfunkel


Olá escuridão, minha velha amiga

Eu vim para conversar contigo novamente

Por causa de uma visão que se aproxima suavemente

Deixou suas sementes enquanto eu estava dormindo

E a visão que foi plantada em meu cérebro

Ainda permanece

Entre o som do silêncio

Em sonhos agitados eu caminho só

Em ruas estreitas de paralelepípedos

Sob a auréola de uma lamparina de rua

Virei meu colarinho para proteger do frio e umidade

Quando meus olhos foram apunhalados pelo lampejo de uma luz de néon

Que rachou a noite

E tocou o som do silêncio

E na luz nua eu vi

Dez mil pessoas talvez mais

Pessoas conversando sem falar

Pessoas ouvindo sem escutar

Pessoas escrevendo canções que vozes jamais compartilharam

Ninguém ousou

Perturbar o som do silêncio

"Tolos," eu disse, "vocês não sabem"

O silêncio como um câncer que cresce

Ouçam minhas palavras que eu posso lhes ensinar

Tomem meus braços que eu posso lhes estender"

Mas minhas palavras

Como silenciosas gotas de chuva caíram

E ecoaram no poço do silêncio

E as pessoas curvaram-se e rezaram

Ao Deus de néon que elas criaram

E um sinal faiscou o seu aviso

Nas palavras que estavam se formando

E o sinal disse, "As palavras dos profetas estão escritas nas paredes do metrô

E corredores de habitações"

E sussurraram no som do silêncio

6.9.11


COPA 2014 - (O preço da festa).

por João Batista C. Filho, terça, 6 de setembro de 2011 às 12:08

Denúncias dos Impactos Sociais, já pipocam em todo o país, por ocasião das obras de revitalizações das cidades sedes da Copa do Mundo de Futebol em 2014 em nosso país.

Estamos a 3(três) anos da realização do grande evento. Mas qual será o tamanho da conta? O que a sociedade brasileira, em especial os menos favorecidos, ganharão com todos esses investimentos vultosos? Qual a herança que cada sede deixará para suas populações, com a realização deste megaevento em todo o país?

O governo Lula entregou estas demandas da Copa do Mundo + Copa das Federações + Jogos Olímpicos em sequência, até 2016, ao governo Dilma e este, certamente, não se furtará em realizá-las. Mas, nos perguntamos: e os investimentos na saúde, no saneamento básico, na educação... enfim, entrarão nesse bolo superfaturado e serão melhorados a reboque? E o povo brasileiro, herdará um país melhor, depois de tudo isso? Vamos pagar para ver.

Não podemos deixar na esteira da realização desses eventos maiores do esporte mundial, uma dívida que possa nos comprometer para toda a nossa vida. Vide o exemplo da Grécia, que está pagando a conta hoje, dos investimentos que fez, sem precedentes na sua história, para a realização dos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas.

Vamos ficar atentos aos movimentos das obras e seus entornos, em Brasilia, Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de janeiro, Salvador e São Paulo, principalmente, com relação as populações menos favorecidas, as desapropriações, as indenizações, os superfaturamentos, o meio ambiente... enfim. Pois vivemos num país onde a corrupção é um câncer com metástases fortes em todos os níveis governamentais, e o controle fiscal dessas obras, é frágil.

Recetemente no jornal espanhol, El País, foi denunciado os processos criminosos de remoções, caracterizando uma verdadeira limpeza urbana com algumas comunidades no Rio de Janeiro, como parte desses preparativos para a Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016. Se no Rio isso vem ocorrendo e denunciado mundo afora, devemos fizar atentos a todas as sedes, para que possamos denunciar também, exemplos semelhantes que certamente podem ocorrer em todas as cidades sedes do Brasil da Copa 2014.

Vamos fazer as festas, mas sem esquecer que depois delas, o país deve continuar de pé. A ressaca pode ser enorme e as contas a serem pagas, poderão nos comprometer o nosso futuro a curto, médio e longo prazo.