Qual partido será o meu, e o teu, agora?
Partido dos desvalidos, dos desrespeitados?
Partido dos homens, das mulheres
coorompidos e adulterados;
Partido dos injustiçados, infiéis, talvez ?
Partido dos maltrapilhos, ou será dos desdentados, dos sem teto,
que lutam no desejo alucinado da sobrevivência digna de um cidadão?
Ou será o partido dos que partiram cabisbaixos, sem cara,
sem jeito, sem glória, envergonhados..., sem contar a verdadeira história,
sem prestar as contas aos seus credores: o povo brasileiro?
Ou será o partido, da mentira, partido da farsa,
que bebe do mesmo vinho, na mesma taça, na perversa farra,
na calada das noites palacianas que trama uma nebulosa alvorada?
E o escândalo avança, dança na mentira dos hipócritas,
segue mundo afora no cólo da mídia impiedosa;
rápida, que divulga sem muitas vezes checar as fontes devidas,
e sem respeitar faces ou horizontes, na balada de promotores afoitos,
imediatos, a serviço de quem?
Que partido formaremos ou pediremos agora?
Ou não pediremos partido algum? Afinal partido...?!
Recolheremos as nossas súplicas e numa atitude abrupta,
abraçaremos o nosso sonho e de novo o pé na estrada.
E quando tudo isso passar e é certo que passará,
despertaremos em um novo dia qualquer,
faremos nossa oração preferida e celebraremos a vida,
beijando nossos filhos, irmãos, amores...
e seguiremos afoitos
Recriaremos a nossa bandeira, com as cores verdadeiras
do que no ontem sonhamos e mais conscientes e veteranos,
não mais choraremos as dores desse mais um, terrível pesadelo brasileiro.
Qual partido será o meu e o teu agora?
J. Carvaho