21.2.13

O Som do Silêncio



Há a necessidade de nos escutarmos mais,
de nos descobrirmos mais,
nos curvemos diante do som do silêncio,
é preciso ouví-lo.

Nos tempos de agora,
 nos perdemos nos caminhos diários da insensatez,
as vozes já não pronunciam mais o que o coração necessita ouvir
e nos conduz à surdez física e mental num vazio sem fim.

Há um grito latente em todos nós,
nos cobrando a paz hamônica que  tanto precisamos experimentar,
façamos as tentativas no exercício da escuta
  bom começo para aliviar nossas almas nos porões das moradas urbanas.

Há ainda o desafio de suprir a dor,
de aliviar os descaminhos dos surtos sociais,
insensatos que nos tornamos na busca de não sei o quê
para depois não mais poder ouvir e muito menos dizer.

J. Carvalho

16.2.13

Um Grito de Alerta



O que realizamos até aqui, nos eleva ou nos faz padecer?
Nos indicará evolução ou distração?
Hedonistas e cosumistas que nos tornamos
Vamos praticando o horror dos desperdício

Avançamos gananciosamente sem crença e sem limites
Nesse abismo de uma inconsequência extravagante
Arrogantes acumuladores de valores materiais
Destruidores do bem maior da vida

Devoradores insaciáveis de rios e florestas
Veios vitais da  mãe que nos alimenta e nos acolhe
Ela nos avisa, grita que sofre, clama por socorro desesperadamente
Devolve-nos as agressões, sinais de que  já a ferimos perigosamente.

J. Carvalho 







13.2.13

Vinicius de Morais - Soneto de Carnaval


Soneto de carnaval

Oxford -

Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.

Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.

E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim

De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo. 

Vinicius de Morais