26.2.16

Meu Coração...




Meu coração é o mendigo 
mais faminto da rua mais miserável.
— Alguma coisa em mim não consegue desistir, 
mesmo depois de todos os fracassos.

— Sou o bicho humano que habita a concha 
ao lado da concha que você habita.



(Caio Fernando Abreu, morto há 20 anos, aos 47)

1.2.16

É CARNAVAL... E JÁ ESCUTAMOS SURDOS E TAMBORINS!




Da Lama de Mariana/Bento Rodrigues, sob a batuta da Vale/BHP/Samarco,
aos esgotos peçonhentos que a Lavajato tenta expurgar, já se  foram quase 2 anos - é tanta sujeira que parece não tem fim;   ao Carnaval que agora se apresenta para que possamos caricaturar e rir de nossa própria miséria latente  nas faltas: de água,  energia, grãos, sementes,  honestidade, caráter, falta de vergonha!

Enquanto isso foram surgindo outras, e o lamançal avança sem piedade na terra tupiniquim e que adentra em um túnel que não sabemos se terá luz no seu fim. Enorme é o bloco de corruptos fantasiados de Ironias, cinismos e escárnios no desfile da hipocrisia pelos gabinetes e pelas  ruas do país.

Mesclado a tudo isso, vieram Os Blocos da Saúde que gritam e batem tambores anunciando o desprezo ao povo e que coloca o Rio de Janeiro no destaque em um estado de caos absoluto;  um estado que banca com o dinheiro que falta a tudo isso, as Olímpiadas 2016.  Rio berço do samba, das ecolas, das mulheres seminuas que embotadas nos silicones desfilam suas belezas em blocos nas ruas, praias e no Sambódromo numa alegoria irônica;  como a sinalizar uma falsa normalidade em meio ao caos. Como que nada de mal estivesse a acontecer e nos  oferecem as formas, as cores, numa falsa alegria e cruel alegoria que bate em nossas faces e nos deixa com sabor amargo a nos torturar.

Ai veio  o bloco do Aedes, que já mostrou as caras há tempos e nada aconteceu para enfraquecê-lo e o bicho se multiplicou, ganhou força e formas virulentas novas, vem de outros carnavais com destaques para Zica, Dengue, Chicungunha... que virou produto de exportação,  levando o povo sofrido no ritmo da bateria do desespero às portas do SUS.

Mas o bloco dos ladrões políticos,  empreteiros e banqueiros corruptos, segue nos tirando o dinheiro, o sono, a perspectivas de vida e nos deprimindo... Mas certamente não sobreviverão ao Bloco do MORO e do JANOT que apostamos e certamente na apuração final,  numa quarta-feira de cinzas qualquer, virá nos trazendo o veridicto de que valeu a pena assistir a todos esses desfiles de imoralidades para que o enrredo final fosse de limpeza,  não só das ruas mas também dos gabinetes luxuosos construidos com o dinheiro sujo que tanto mal nos causou.

Certamente entraremos numa QUARESMA que nos apontará uma purificação de nossos espíritos e das instituições e retomaremos a saúde plena da nação. Assim seja!

J. Carvalho
Fev. 01. 2016