Meus olhos viram, tantas vezes,
as mesmas coisas que os seus:
água, mata, estrelas, a beleza
repartindo-se entre o dia e a
noite, a morte, a pobreza.
Vibrou meu coração juntamente
com o seu, redescobrindo o mundo
pelo avesso.
Sentimos juntos a raiva
queimando nosso peito,
impotentes diante da tortura,
do fuzil, da prepotência.
Seguiram meus pés seu caminhar
e prosseguem agora abrindo um
caminho incerto.
Juntos, fizemos poemas nunca
escritos, e nem sabemos quais são
os seus nem os meus versos.
Aprendemos amar o mesmo beijo.
Tivemos sonhos comuns,
e comuns são nossos mortos!
Pe. Paulo Gabriel, do livro "O beijo de Deus",
o Evangelho de rua segundo Tio Maurício.
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