30.12.13

Um Ano Novo...


Um Ano Novo
é um presente de dias contados
é como um barco no porto pronto pra partir
porém sem dia ou hora de voltar;

Mas tente o novo
faça o mesmo,  mas de um jeito diferente,
mude o cheiro, 
o batom, os laços, os saltos, os  ventos...
mas comece divagar, pois a direção é mais importante
do que a velocidade nas mudanças...

Um Ano Novo
é  um presente prorrogado que a vida nos oferece
para seguir construindo sonhos e alimentando a esperança
de que sejamos e estejamos melhores;

Para  se ter um Ano Novo é preciso que se mude 
comece pelo cabelo, a cortina, as flores na varanda,
as podas no pomar do quintal...
largar o carro e ir de lotação, de   metrô,
por o pé e as mãos na terra, revigorar-se nas amizades...

Um  Ano novo
é a anunciação de que estamos  outra vez comprometidos
em nos manter vivos no amor e lutar todos os novos dias para ser feliz!
Por isso cante, sonhe, encante, ilumine...
pois o seu sonho real pode estar logo ali! 
Feliz Ano Novo!

J. Carvalho 


Lá bem no alto do décimo segundo andar do ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas buzinas
Todos os tambores
Todos os reco-recos tocarem:

- Ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada – outra vez criança
E em torno dela indagará o povo:
- Como é o teu nome, meninazinha dos olhos verdes?
E ela lhes dirá
( É preciso dizer-lhes tudo de novo )

Ela lhes dirá bem alto, para que não se esqueçam:

- O meu nome é ES – PE – RAN – ÇA …



25.12.13

Bob Dylan (soprando ao vento)

Soprando Ao Vento

Quantas estradas um homem precisará andar
Antes que possam chamá-lo de homem?
Quantos mares uma pomba branca precisará sobrevoar
Antes que ela possa dormir na areia?
Sim, e quantas balas de canhão precisarão voar
Até serem para sempre banidas?

A resposta, meu amigo, está soprando ao vento
A resposta está soprando ao vento

Sim, e quantos anos uma montanha pode existir
Antes que ela seja dissolvida pelo mar?
Sim, e quantos anos algumas pessoas podem existir
Até que sejam permitidas a serem livres?
Sim, e quantas vezes um homem pode virar sua cabeça
E fingir que ele simplesmente não vê?

A resposta, meu amigo, está soprando ao vento
A resposta está soprando ao vento

Sim, e quantas vezes um homem precisará olhar para cima
Antes que ele possa ver o céu?
Sim, e quantas orelhas um homem precisará ter
Antes que ele possa ouvir as pessoas chorarem?
Sim, e quantas mortes ele causará até saber
Que pessoas demais morreram

A resposta, meu amigo, está soprando ao vento
A resposta está soprando ao vento?

16.12.13

Tudo é Vaidade






  • TUDO É VAIDADE:

    O título desta crônica é trecho do livro do Eclesiastes onde se lê: “Vaidade das vaidades, diz o profeta, tudo é vaidade...” (Ecl 1,2”.

  • Apesar de um traço de aparente amargura, a frase chama a atenção para um sentimento que move grande parte da humanidade; a vaidade.
    No filme “O advogado do diabo”, o próprio demo, personagem interpretado magistralmente por Al Pacino, diz, ao final: “a vaidade é o meu pecado favorito!”.
    Conversando sobre vaidades, uma amiga minha, por esses dias, me disse uma frase que me fez pensar; “é preciso muita coragem para receber um elogio...”. 
    E o assunto parece estar me perseguindo. Assistindo a uma entrevista com o ator global Ney Latorraca, que contava da sua volta para ser protagonista na vida, nos palcos e telas, depois de longa e grave enfermidade, perguntado sobre o que o movia e motivava, respondeu: “a minha vaidade”.
    Sétimo pecado capital, a vaidade é normalmente associada ao orgulho excessivo, à arrogância e à presunção de quem se expõe para ser admirado, idolatrado, endeusado. Ou seja, é pecado praticado com gosto, talento e sofreguidão por uma multidão de celebridades e candidatos a celebridade, nessa imensa vitrine de brilho instantâneo e fugaz em que se transformou nosso mundo.
    São Tomás de Aquino considerava a vaidade um pecado tão arraigado na alma humana que deveria ser tratado em separado dos outros seis, merecendo uma atenção especial. 
    Penso que a vaidade nasce de um sentimento nada pecaminoso; o desejo de se sentir e se saber amado. Nada mais humano e, ao mesmo tempo, divino.
    Intuo, na Criação, um quê de vaidade por parte de Deus. Exibido, Ele se revela e transborda por inteiro no poema do Gênesis. E sua obra prima somos nós, sua imagem e semelhança. Somos como que um espelho no qual Deus, vaidoso, se vê, mesmo com nossas distorções de imagem. 
    Em Jesus, Deus, humano, se vê espelho de si mesmo, e o amor se revela berço, caminho e destino. Por isso, na experiência amorosa, no amar e ser amado, nos sentimos “em casa”. É nosso ambiente natural, o que mais nos realiza e humaniza. 
    A vaidade seria, portanto, expressão desse natural desejo de ser amado. O problema é a distorção...
    O amor nos abre a nós mesmos e ao outro. É o que está preconizado no mandamento maior: amar a Deus de todo coração e de toda a alma, e ao próximo como a si mesmo. O amor é a ponte que nos leva a Deus e nos devolve a nós mesmos e ao outro sem o qual Deus seria irreconhecível. Mas o egoísmo interrompe essa ponte. Qual enchente, leva de roldão nossa capacidade de amar e deixa no lugar os destroços e escombros da nossa vaidade. O Eu ocupa o lugar do Nós. 
    E assim, na vaidade adoecida, para chegar ao primeiro lugar, ao brilho dos holofotes, vale tudo, até perder-se a si mesmo. Não foi esse o questionamento de Inácio a Francisco? Imagino o santo de Loyola balançando a cabeça e dizendo ao vaidoso amigo: “Xavier, Xavier, de que vale ao homem ganhar o mundo inteiro se perder sua alma?”.
    Não foi, talvez, a vaidade que moveu Marta a ir, apressadamente, arrumar a casa enquanto Maria “escolhia o melhor”, permanecendo ao lado de Jesus?

  • Tem razão o Latorraca; a vaidade pode ser um impulso vital para nossos mais profundos desejos, mas é preciso encontrar o seu ponto de equilíbrio e virtude, sem o que, ela resvala dolorosamente para a mediocridade do pecado capital que nos empobrece e desumaniza.
    Muito tempo atrás vivi esse dilema. Numa celebração com um grupo mais íntimo, substitui o texto original da leitura do evangelho por uma meditação que fiz sobre o mesmo texto. O padre que presidia o rito recusou-se a ler e, ao final da missa, me chamou a atenção, criticando duramente o que chamou de vaidade exacerbada da minha parte.
    A reprimenda calou fundo, despertando sentimentos de culpa e vergonha. Vaidoso, fechei meu coração. Passei um longo período espiritualmente deprimido (desolação), sem escrever, sem compartilhar, sem fazer palestras, sem me expor. Ao final daquele ano me inscrevi, por telefone, num retiro inaciano na Casa da Gávea, no Rio de Janeiro. Só sabia que o pregador era o Pe. Mendes, que conheci em Santa Rita do Sapucaí. O que eu queria era silêncio, paz e oportunidade de rezar as angústias que feriam meu coração.
    Chegando lá, a surpresa: o retiro era para noviças de várias congregações religiosas. Eram 39 candidatas a freiras e eu. Se queria passar despercebido, o fracasso estava garantido.
    Mas... o Espírito Santo, além, de brincalhão, é muito sensível e competente. O retiro foi uma benção, coroado, ao final, por uma conversa/confissão libertadora com o Pe. Mendes. Contei a ele do episódio, dos meus sentimentos. Ouviu, sereno, e me perguntou: 
    “Eduardo, quando você escreve e compartilha um texto, quando faz uma palestra, quando orienta um grupo numa reflexão, você sente que faz bem às pessoas? 
    Pensei e respondi com profunda sinceridade: Sim, sinto que faço bem a muita gente. 
    Pois então, disse o Pe. Mendes, se sua intenção ainda não é suficientemente santa, santifique sua intenção, mas não deixe de fazer o bem...”.
  • Desde então, aprendi a lição: o Mal, vaidoso, não tem nenhum pudor em se fazer e dizer. Adora as manchetes, as vitrines, o horário nobre. O Bem, às vezes, fica cheio de frescuras.
    Em Belém, Deus revela sua maior vaidade: ser simples, tão simples quanto o amor pode ser...

    Eduardo Machado
    16/11/2013

12.12.13

Segue (F. Pessoa)





segue o teu destino
rega as tuas plantas
ama as tuas rosas
o resto é a sombra
de árvores alheias
a realidade
sempre é mais ou menos
do que nós queremos
só nós somos sempre
iguais a nós próprios...


Fernando Pessoa 

9.12.13

O CORPO FALA



Preste atenção aos sinais,  
pois o corpo fala aquilo que a boca cala. Muitas vezes...
O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.

O estômago arde quando a raiva não consegue sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.


O corpo engorda quando a insatisfação aperta.

A dor de cabeça deprime quando as dúvidas aumentam.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.

A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a “criança interna” tiraniza.
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras
da imunidade. 
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.




E as tuas dores caladas ... como elas falam no teu corpo?
Cuidado: escolha o que falar, com quem, onde, quando e como.
Crianças é que contam tudo , para todos, a qualquer hora,
de qualquer forma. Passar relatório é ingenuidade.
Escolha alguém que possa te ajudar a organizar as ideias,
harmonizar as sensações e recuperar a alegria.
Todos precisam saudavelmente de um ouvinte interessado.
Mas tudo depende, principalmente, do nosso esforço pessoal
para fazer acontecer as mudanças em nossa vida. 
Preste atenção aos sinais, pois o corpo fala aquilo que
a boca cala. 

Muitas vezes...
O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível
comunicar as aflições.
O estômago arde quando a raiva não consegue sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as dúvidas aumentam.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a “criança interna” tiraniza.
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras
da imunidade.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.

E as tuas dores caladas ... como elas falam no teu corpo?


Mas cuidado.... escolha o que falar, com quem, onde,
quando e como!!!

Crianças é que contam tudo , para todos, a qualquer hora,
de qualquer forma. ... Passar relatório é ingenuidade.

Escolha alguém que possa te ajudar a organizar as idéias,
harmonizar as sensações e recuperar a alegria.

Todos precisam saudavelmente de um ouvinte interessado.

Mas tudo depende, principalmente, do nosso esforço pessoal
para fazer acontecer as mudanças na nossa vida !!!

6.12.13

INVICTUS





Dentro da noite que me rodeia

Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável

Sob as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida

Mais além deste lugar de lágrimas e ira
Jazem os horrores da sombra
Mas a ameaça dos anos
Me encontra e me encontrará sem medo

Não importa quão estreito o portão
Quão repleta  de castigo a sentença
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma 





- Poema que Inspirou Nelson Mandela em sua trajetória de lutas e conquistas!




  • William Ernest Henley, 23 de agosto de 1849 -, 11 de julho de 1903, foi um escritor britânico.
    Nascimento23 de agosto de 1849, Gloucester, Reino UnidoFalecimento11 de julho de 1903, Woking, Reino Unido