17.11.21

Cuidando de Mim

 

Reler um livro: vale a pena ou não? - Leitura Enigmática

To relendo meus livros

to revendo fotografias

retocando lembranças

revisitando alegrias

cuidando melhor de mim

de minhas lidas

minhas idas e vindas

meus valores

 

To refazendo caminhos

realinhando sonhos

aparando arestas e espinhos

tô regando flores

refazendo minhas forças

cuidando melhor de minh`alma

da lida de minha vida

dos meus amores

 

Tô limpando minha casa

esvaziando arquivos, gavetas 

arrumando minha cama

colorindo meus cantinhos

tô bebendo minhas culpas

reencontrando a minha paz

saboreando amor e vinhos

cuidando de mim.


J.Carvalho

 

 


11.11.21

As Vezes Em Sonho Triste

Fernando Pessoa – Wikipédia, a enciclopédia livre

 
Às vezes, em sonho triste
Nos meus desejos existe
Longinquamente um país
Onde ser feliz consiste
Apenas em ser feliz.
Vive-se como se nasce
Sem o querer nem saber.
Nessa ilusão de viver
O tempo morre e renasce
Sem que o sintamos correr.
O sentir e o desejar
São banidos dessa terra.
O amor não é amor
Nesse país por onde erra
Meu longínquo divagar.
Nem se sonha nem se vive:
É uma infância sem fim.
Parece que se revive
Tão suave é viver assim
Nesse impossível jardim.
 
Fernando Pessoa

26.10.21

MINAS GERAIS 302 ANOS

Conheça destinos imperdíveis para descobrir o turismo ferroviário no Brasil  — Português (Brasil)

 
La vai o trem do destino
Levando a vida a cantar
Nas curvas desses caminhos
Sonhos a desenhar
 
La vai o trem pequenino
Valente a nos animar
Rompe as dores desses ninhos
Avisa que vai chegar
 
Pelas montanhas de Minas
Passageiro de todo lugar
Colhe flores, tira espinhos
Esquece os problemas de lá
 
E segue o trem do destino
Serpenteando rios, vales, mar...
Lá vai o trem do destino
Na certeza da vida ganhar.
 
J.Carvalho

1.10.21

Perspectivas

As perspectivas profissionais do curso de Pedagogia: uma análise  bibliográfica dos campos de atuação do pedagogo - Canal CECIERJ 

Qual a perspectiva

Qual será o caminho

Qual o ninho da premissa

Qual o sonho da noviça

Qual a lógica do devasso

Qual o calcanhar do incauto

Qual a máscara do político

Qual o sítio do promíscuo 

Qual o foco da justiça

Qual o nicho do pilantra

Qual o mantra 

Qual a postura  

Qual a cândida prevalece

Qual ser que padece

Qual? O belo nome ou a doença?

Qual? O quê? Que pensas?

Qual a cura à tua farsa?

Qual a tua verdade?

Qual a tua crença?

 

J.Carvalho




5.9.21

INEXORAVELMENTE

 
 Passeio de trem de Vitória a Minas oferece paisagens deslumbrantes da  janela do vagão
 
 
Sim eu sou o tempo
 
eu não estou passando rápido
 
voce é que está lento
 
se não apressar o passo
 
não realizará seus novos sonhos 
 
não viverá seus eternos momentos
 
por fim não concluirá sua linda história
 
aquela que deseja contar 

quando chegar ao fim do arcoíris
 
com seus amores, seus amigos
 
seus netos, seguidores...
 
vamos rápido, pois eu sou o tempo
 
apresse o passo nesse momento
 
pois não apito nas curvas
 
eu não espero ninguém.
 
 
J. Carvalho 
 
 

 

18.8.21

POEMA DAS SETE FACES - CDA

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(AO MUNDO, VELHO MUNDO, VASTO e CONFLITUOSO MUNDO de AGORA)
 

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus,
pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
 
 Carlos Drummond de Andrade

10.6.21

OURO PRETO PREPARA CELEBRAÇÕES de 310 ANOS

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OURO PRETO  -  Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade - a primeira cidade brasileira a receber o título de Patrimônio Mundial, conferido pela Unesco, em 1980.
Fundada em 24 de junho de 1698 (323 anos) - Elevada a Vila Rica em 8 de julho de 1711 (310 anos)
Ouro Preto, Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade, reúne um dos conjuntos mais importantes do Barroco Brasileiro. Fundada em 24 de junho de 1698 pelo bandeirante Antônio Dias de Oliveira e pelo Padre João de Faria Fialho, foi elevada a vila em 8 de julho de 1711. Em 1720, a Coroa instituiu a Capitania de Minas Gerais- desmembrada da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro -, e sua capital se estabeleceu na antiga Vila Rica. Em 1798 eclodiu o movimento libertário que propunha a autonomia para a colônia - chamada Inconfidência Mineira. Em 20 de março de 1823, o imperador D.Pedro I, homenageando a capital mineira, elevou Vila Rica à condição de cidade, com o título de Imperial Cidade de Ouro Preto. Capital da província durante o Império, Ouro Preto, sediou a capital do estado de Minas Gerais entre a proclamação da República, em 1889, e a transferência da capital para a nova Belo Horizonte, em 1897. 
 
Foto: Eduardo Tropia - ouropress
Fonte: Guia Cultural - Trem da Vale

 

25.5.21

PARANÓIA

 

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Os meus versos vão criando vértebras

viscos discorrem no papel

já sem espaço no coração encharcado

da poesia molhada e fria

Todos os meus dias proclamam a cria

e a antipoesia lenta e vadia

percorre meu microcosmus poético

por esse espaço anti-estético

vai-se desenhando falas, gritos, sonhos

Lamentos de um ser que se sabe vivo, pois procria

que não se sabe morto

por simplesmente não entenderem

o seu verso anti-profético

Cético no seu silêncio diabético

longe da doçura engolindo os sais

não tão minerais da vida

vai pelos rastros dessa paranoia contida.


J.Carvalho/ fev/1982

7.5.21

OS ARAUTOS DA VERGONHA

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E não veio no dia,
a luz prometida,
não veio a alegria da justiça
e tudo esfacelou;
não veio a fala comedida
não veio a harmonia
não veio a paz da canção
não veio o gesto de amor;

E fez-se um silêncio covarde
"acéfalos" ignomínias, gritos e alardes
daqueles que se diz:
para ordem se apresentou;
mas em nada mudou naquele dia
só delírios e euforia vazia
nos reclamos de horror;

E não veio a luz que prometeram ao dia
os arautos da vergonha, 
da covardia, das miragens
e o castelo dos corvos desmoronou!

J.Carvalho
 

4.5.21

O Tempo

Viagem no tempo liberada: Você não conseguirá mudar a história 

 

Há o tempo de plantar

o tempo de sonhar

o tempo de cantar

o tempo de colher


Há o tempo de amar

o tempo de adormecer

o tempo de caminhar

o tempo de conceder


Há o tempo de ganhar

o tempo de falar

o tempo de silenciar

o tempo de conviver


Há o tempo da luta

o tempo do descanso

o tempo da tolerância

o tempo da esperança

 

Há o tempo de orar

o tempo de agradecer

o tempo de contemplar

o tempo sublime de viver!  


J.Carvalho

 

9.2.21

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Memória
Carlos Drummond de Andrade


Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.

11.1.21

QUANDO A TEMPESTADE PASSAR

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Quando a tempestade passar,
as estradas se amansarem,
e formos sobreviventes
de um naufrágio coletivo,
com o coração choroso
e o destino abençoado
nós nos sentiremos bem-aventurados
só por estarmos vivos.
E nós daremos um abraço ao primeiro desconhecido
e elogiaremos a sorte de manter um amigo.
E aí nós vamos lembrar tudo aquilo
que perdemos e de uma vez aprenderemos tudo o que não aprendemos.
Não teremos mais inveja pois todos sofreram.
Não teremos mais o coração endurecido
seremos todos mais compassivos.
Valerá mais o que é de todos,
do que o que eu nunca consegui.
Seremos mais generosos
e muito mais comprometidos,
nós entenderemos o quão frágeis somos,
e o que significa estarmos vivos!
Vamos sentir empatia por quem está, e por quem se foi.
Sentiremos falta do velho que pedia esmola no mercado,
que nós nunca soubemos o nome
e sempre esteve ao nosso lado.
E talvez o velho pobre, fosse Deus disfarçado...
Mas você nunca perguntou o nome dele,
porque estava com pressa...
E tudo será milagre!
E tudo será um legado
e a vida que ganhamos será respeitada!
Quando a tempestade passar
eu te peço Deus, com tristeza ,
que você nos torne melhores.
Como você nos sonhou!
 
 
(K. O ' Meara - Poema escrito durante a epidemia de peste em 1800)
 
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