25.5.21

PARANÓIA

 

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Os meus versos vão criando vértebras

viscos discorrem no papel

já sem espaço no coração encharcado

da poesia molhada e fria

Todos os meus dias proclamam a cria

e a antipoesia lenta e vadia

percorre meu microcosmus poético

por esse espaço anti-estético

vai-se desenhando falas, gritos, sonhos

Lamentos de um ser que se sabe vivo, pois procria

que não se sabe morto

por simplesmente não entenderem

o seu verso anti-profético

Cético no seu silêncio diabético

longe da doçura engolindo os sais

não tão minerais da vida

vai pelos rastros dessa paranoia contida.


J.Carvalho/ fev/1982

7.5.21

OS ARAUTOS DA VERGONHA

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E não veio no dia,
a luz prometida,
não veio a alegria da justiça
e tudo esfacelou;
não veio a fala comedida
não veio a harmonia
não veio a paz da canção
não veio o gesto de amor;

E fez-se um silêncio covarde
"acéfalos" ignomínias, gritos e alardes
daqueles que se diz:
para ordem se apresentou;
mas em nada mudou naquele dia
só delírios e euforia vazia
nos reclamos de horror;

E não veio a luz que prometeram ao dia
os arautos da vergonha, 
da covardia, das miragens
e o castelo dos corvos desmoronou!

J.Carvalho
 

4.5.21

O Tempo

Viagem no tempo liberada: Você não conseguirá mudar a história 

 

Há o tempo de plantar

o tempo de sonhar

o tempo de cantar

o tempo de colher


Há o tempo de amar

o tempo de adormecer

o tempo de caminhar

o tempo de conceder


Há o tempo de ganhar

o tempo de falar

o tempo de silenciar

o tempo de conviver


Há o tempo da luta

o tempo do descanso

o tempo da tolerância

o tempo da esperança

 

Há o tempo de orar

o tempo de agradecer

o tempo de contemplar

o tempo sublime de viver!  


J.Carvalho