27.4.11





VIOLÊNCIA & SOCIEDADE:
Proibir comércio de armas não é solução
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(Dom, 24 de Abril de 2011 17:41
no Blog do Senador Cristovam Buarque)

Por Jorge Fernando dos Santos em 19/4/2011

O triste episódio ocorrido no Rio de Janeiro, na manhã de 7 de abril, deu margem para que se trouxesse de volta a discussão sobre desarmamento. Ora, ora, já houve referendo a respeito e a maioria da população votou contra a ideia. Na verdade, armas não matam. Quem mata são os assassinos e, nas mãos deles, qualquer objeto pode se tornar uma arma.

O problema não é o desarmamento em si. Afinal, ninguém em sã consciência pode acreditar que andar armado seja a solução contra a violência que assola o país. Mas se a venda controlada de armas fosse de fato proibida, certamente aumentaria o tráfico e a venda clandestina das mesmas, assim como ocorre com as drogas.

Uma questão que até agora ninguém cogitou é o fechamento das fábricas nacionais de armas. Dizem os especialistas que boa parte das armas de curto calibre usadas pelos nossos criminosos é fabricada no Brasil. Elas são vendidas ou exportadas para o exterior e voltam contrabandeadas do Paraguai. Se não estamos em guerra, para que fabricá-las?

Sexo, drogas e tiroteios na TV

Também há que se levar em conta a facilidade que policiais e seguranças particulares têm para adquirir e portar armas de fogo – mesmo fora do horário de trabalho. Recente tragédia também ocorrida no Rio resultou do confronto entre dois policiais, um civil e outro militar, que se desentenderam e resolveram acertar as diferenças à bala. Acabaram alvejando quem não tinha nada a ver com a briga.

É público e notório o despreparo de boa parte dos policiais para andar armados. Tanto que já se tornou comum alguns apontarem armas de fogo contra cidadãos que participam de protestos no pleno exercício da cidadania. Isso sem falar na corrupção, que resulta na venda de armas por agentes do Estado. E o que dizer do grande contingente de seguranças privados que hoje atuam no país?

O que ocorreu na escola de Realengo, na região oeste do Rio, não decorreu do comércio legal de armas. O assassino não comprou os dois revólveres usados no massacre numa loja de caça e pesca, com direito ao registro e à nota fiscal. Pelo contrário, ele as adquiriu nas mãos de contraventores. E se não usasse armas de fogo, poderia simplesmente matar com uma faca ou tesoura, como fez o ex-ator global que tirou a vida da colega Daniela Perez.

Outro equívoco é querer proibir a venda legal de armas sem reforçar o patrulhamento nas fronteiras brasileiras para inibir o tráfico de armas e drogas. Tampouco a sociedade civil parece preocupada com a carga de violência dos brinquedos eletrônicos e videogames, bem como as cenas explícitas exibidas pela TV em horários impróprios. Cenas que incluem sexo, drogas e tiroteios com requintes de crueldade e apologia ao uso de armas.

Recordista em mortes por acidentes de trânsito

Também não devemos atribuir a ação do jovem de Realengo ao fato de ter sofrido bullying na infância. Essa foi a desculpa para o crime. Ele fez o que fez porque era um desequilibrado mental, assassino de índole fria e calculista, sem afeto e sem limites, como aqueles jovens de classe média de Brasília que atearam fogo num índio em plena calçada. Esse tipo de gente não tem amor nem respeito pelo próximo.

No polêmico documentário Tiros em Columbine, Michael Moore nos mostra que o Canadá é um dos países mais armados do mundo e, no entanto, é também um dos mais pacíficos. O que precisamos não é limitar os direitos do cidadão honesto e equilibrado, mas desarmar os espíritos, aprender a conviver com as diferenças e cumprir a lei com rigor.

O sujeito que atropelou ciclistas no Sul do país vai responder pelo crime em liberdade. Se em vez de carro ele tivesse usado uma arma de fogo, talvez ficasse preso. Afinal, o Brasil é recordista em mortes por acidentes de trânsito. Pela lógica daqueles que defendem o fim do comércio legal de armas, deveríamos então limitar ao máximo o uso de automóveis e a emissão de carteiras de motorista, não acham?

fonte: Observatório da Imprensa


19.4.11

Encantos de Minas




Dos encantos de Minas,
Eu não levo o ouro, sim a beleza dos montes, dos rios, da Estrada Real,
os versos brilhantes de Drumond e textos de Adélia Prado, no original;

Dos encantos de Minas,
eu guardo os sons das cachoeiras, as belas canções
de Milton, Lô,  Paulinho, Beto, Venturini,  completas de emoções;

Dos encantos de Minas,
Eu sinto o cheiro do gado, das flores do campo, do minério de ferro...
que Amilcar de Castro, suavemente estilizou em suas eternas esculturas!

Dos encantos de Minas,
Eu contemplo as suas igrejas nos topos das montanhas e a poética cultura
de Ouro Preto, que Carlos Bracher imortaliza tão bem em sua pintura.

Pelos encantos de Minas,
eu oro ao Pai para que os protejam e os preservem,
e ao governo que os conservem, antes que seja tarde!

15.4.11

Sonhos


Sempre acreditei nos sonhos da infância
E nunca abri mão da mágica alegria de viver
Caminhei na direção daquilo que idealizei
Fiz história, a minha história, que deixei pelos caminhos
A fiz e a refiz diversas vezes até encontrar meu ninho.

Hoje, nas madrugadas desperto...
As vezes feliz, outras assustado e atento
Ciente da cobrança pela vida, do respeito, da paz, da dignidade
Pois ainda desejo os mesmos sonhos que tive na infância
Realizando-se a outros e não perdidos no viés da estrada.

J.Carvalho
15.04.2011

12.4.11

Um Sinal de Alerta (Tragédia no Rio)

Uma palavrinha para refletirmos sobre a tragédia do Realengo/Rio de Janeiro, que nos entristeceu e nos chocou profundamente.

Evoluimos ou involuimos amigos?

Estamos diante de um repertório enorme de tecnogia, que acalanta e camufla um bando de doentes e os estimulam a colocar em prática seus joguinhos viciados da internet, que alimentam suas sociopatias e neuroses, via facebook, blogs, twiter... partindo para a realidade com a celeridade de um player qualquer da tela de seu computador.

Estamos atônitos e meio descuidados. Largamos nossos jovens e nossos sentimentos nas telas, câmeras, teclados e áudios das maravilhas da portabilidade e da mobilidade tecnológica, e esquecemos que precisamos, todos, muito mais do cólo de nossos pais, dos ensinamentos de Deus em nossos corações e mentes, do carinho e do amor do outro(sem pieguice) e fundamentalmente, de reaprender a respeitar os limites. Estamos vivenciando comportamentos deliberados de nossa sociedade excessivamente consumista, agressiva, desrespeitosa, que precisam ser regrados, e nossa juventude está descuidada, e necessita urgentemente de novos caminhos, de boas referências e de saudáveis relações.

Nossos filhos e netos, de classe média e mais abastardas, estão repletos de tudo, não se esforçam muito e tudo tem a seus pés, e seguem coloridos se achando belos e perdidos nas noites pervertidas de êxtases, excessos de álcool, cigarros..., fazendo sexo irresponsavelmente, e se achando o máximo. Os jovens de agora, precisam voltar a sonhar e realizar seus sonhos com o esforço necessário, que dá sabor a todas as conquistas, e os amadurecem e lhes dão sustentação emocional. Pois é notório que estão fragilizados e cheios de fugas. Quando chega a hora da verdade, correm procurando o cólo que desrespeitaram e desprezaram, achando que bastam apertar a tecla Enter, para tudo voltar a normalidade equivocada.

Infelizmente nos descuidamos, enquanto a eletrônica toma conta de nossas vidas. Pais, diretores de escolas, professores e o poder público, devem se unir com o propósito de salvar nossos educandários. Que Deus tenha piedade desta e das novas gerações, pois enquanto pernacer esse "status quo", neste estado débil de normoses, vamos ter que suportar essas babáries todas, registradas em tempo real, por toda essa parafernália eletrônica, em um "show" midiático do grotesco, entrando em nossas casas nos ofertando um menu de situações nefastas, que nada constroem em nossas vidas!

4.4.11

Campanha da Fraternidade 2011


A vida no planeta
(p/Eduardo Machado)

Estamos, mais uma vez, no Tempo da Quaresma, momento forte e marcante no calendário litúrgico.
O termo “Quaresma” vem de quarenta, número bíblico simbólico de um tempo de preparação, espera, e mudança.
Por quarenta dias choveu sobre Noé e sua arca, na parábola do dilúvio. Por quarenta anos o povo hebreu vagou pelo deserto em busca da Terra Prometida. Jesus ficou quarenta dias no deserto, em jejum e penitência, antes de começar sua vida pública.
Para os cristãos, o tempo da Quaresma, os quarenta dias entre a Quarta feira de Cinzas e o Domingo de Ramos, que abre a Semana Santa, convida também à preparação para uma grande mudança; a nova vida que vem com a Páscoa.
É nesse contexto que, desde 1964, a Igreja no Brasil, promove a profunda experiência da Campanha da Fraternidade. Ao longo de mais de quatro décadas, ano a ano, temas e lemas apontam o rumo e o modo de caminhar da nossa Igreja. E neste ano de 2011 a CNBB retoma e aprofunda um dos temas fundamentais para a garantia da dignidade de todas as pessoas: “Fraternidade e a vida no planeta”, com o lema: “A Criação geme em dores de parto”.
Quando contemplamos o mundo que vai se delineando nesta segunda década do Séc. XXI percebemos que nunca o homem pode exercitar com tanto vigor o seu direito de escolha. Apesar dos limites e contradições imensos que sabemos existir neste planeta tão vasto e plural, onde encontramos desde a opulência mais exacerbada até a miséria mais absurda, onde, em meio a regimes políticos democráticos, sobrevivem ainda ditaduras brutais, apesar de tudo isso, a História aponta na direção do exercício cada vez maior da liberdade humana.
Não há entusiasmo ufanista nessa afirmativa, pois ninguém é livre se não tem o mínimo para sobreviver com dignidade. Ninguém é livre se passa necessidades que afrontam sua dignidade como pessoa. E há ainda, no mundo, um contingente imenso de pessoas a quem são negados direitos que nem podemos chamar de humanos: comer, se abrigar, cuidar da cria, é direito de bicho. Gente quer e precisa de mais. Gente é pra brilhar, como disse o Caetano.
A contradição fica ainda maior quando constatamos que o Homem, hoje, mais que em qualquer outro tempo na História, tem meios, tecnologia e conhecimento para acabar com a miséria absoluta. E aqui faço uma diferença entre pobreza e miséria.
Quando ia com meus alunos à região de Bonfim ou ao norte de Minas, na experiência da Missão Rural, conhecíamos uma pobreza diferente da que costumamos ver nos grandes centros urbanos. Pessoas simples, casas simples, vidas ainda mais simples. Mas inteiras, cheias de dignidade. Lá as pessoas têm nome, sobrenome, história. Constroem relações, são parte de uma comunidade. Mas lá, nas comunidades de Barreiras, Miranda, Jordão e tantas outras, ou no norte de Minas, e por toda parte, há um gemido de dor na Criação, que quer dar à luz um mundo novo, onde as pessoas tenham direito a Educação, Saúde, Moradia, Segurança, Trabalho, melhores condições de vida para todos.
Mas, se lá no interior existe a pobreza, aqui, na cidade grande ela ganha ares de miséria. O pobre, no interior, vira miserável, na capital. Arrancado da sua cultura, da sua terra, das suas origens, aqui ele perde suas referências mais preciosas, perde a sua dignidade humana. O desemprego ou o subemprego abrem espaço para o mundo das drogas, da prostituição, da invisibilidade social.
È possível superar a pobreza. É intolerável admitir a miséria. A ela podemos e devemos combater e até eliminar. Meios há, falta a tal da vontade política.
Assim a Campanha da Fraternidade deste ano convida os cristãos e todos os homens e mulheres de boa vontade a uma reflexão seguida de ações concretas pela valorização da vida no planeta sob todas as suas formas. A vida é dom de Deus, dom irrevogável e único. Defender a vida é defender nossa origem, nossa caminhada e nosso destino final.
Assim queria terminar esta reflexão compartilhando com você a oração da Campanha da Fraternidade que está no manual distribuído pela CNBB:


Senhor Deus, nosso Pai e Criador. A beleza do universo revela a vossa grandeza,
A sabedoria e o amor com que fizestes todas as coisas, e o eterno amor que tendes por todos nós.
Pecadores que somos, não respeitamos a vossa obra,
e o que era para ser garantia da vida está se tornando ameaça.
A beleza está sendo mudada em devastação, e a morte mostra a sua presença no nosso planeta.
Que nesta quaresma nos convertamos e vejamos que a criação geme em dores de parto, para que possa renascer segundo o vosso plano de amor, por meio da nossa mudança de mentalidade e de atitudes.
E, assim, como Maria, que meditava a vossa Palavra e a fazia vida, também nós, movidos pelos princípios do Evangelho, possamos celebrar na Páscoa do vosso Filho, nosso Senhor, o ressurgimento do vosso projeto para todo o mundo.

Amém.

1.4.11

Da Obra de CHAPLIN


Alguns anos se passaram, mas o discurso de Chaplin, no filme "O Grande Ditador," ainda é atual, e vai ser por muitas décadas, pois muito avançamos em tecnologia e acessos a bens materiais, e muitas viagens fizemos, no entanto, não percorremos a pequena estrada entre o nossa mente e o nosso coração, e pouco evoluimos durante todos esses anos e não melhoramos muito, quase nada como irmãos.

As ditaduras ainda permanecem oprimindo povos, a violência está insuportável, as lideranças políticas raras, os valores morais muito distantes das novas gerações... enfim, caminhamos para um estado onde as minorias continuarão bastardas e multidões abandonadas a própria sorte; são milhões de miseráveis no nosso maravilhoso planeta terra, sem teto, sem saúde, sem comida, sem água potável, sem ..., ... mas com Celulares e TVs de LCD, habitando as marquises das cidades, ou quando muito dormindo sob tetos de lona.


O ULTIMO DISCURSO ( de O Grande Ditador)

Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!