30.9.14

Decência do Amor



O ar urbano e do interior já não são os mesmos
Como não são os mesmos os seus afagos e seus beijos
Nem mesmo são as mesmas as canções nas esquinas de Minas

Não são as mesmas as meninas
Nem mesmo as suas fantasias, bem como as  suas orações
Não são mais os mesmos os gestos espontâneos de suas alegrias

Pois o aço transformado rouba-lhe o respiro e aos poucos lhe devora,
A escora do fio da navalha lhe põe medo e lhe fere
Pondere apesar e acredite firme: ainda há a verdade a ser dita sem pudor

Não silencie, grite ao mundo nos seus quatro cantos
E saiba que só afirmarão os seus encantos, a sua presença
Se forte voce for na defesa da amizade e na decência do amor.

J. Carvalho


29.9.14

Seu Brilho, Sua Lua...




Enquanto o país dorme o sono dos justos
Ou dos inocentes, avançam os dementes
Os abutres traçam o caminho curto
Pois têm a fome do poder perpétuo

Enquanto voce não se decide
Eles já desenharam croquis do seu futuro
O baixo da justiça,  as leis e o silêncio mais escusos
As mais estranhas barreiras, os mais altos muros

Enquanto voce não reage 
Segue a carruagem afoita e voraz
Antecipando tudo,  deixando seus sonhos e seu brilho para trás
Rasgando o véu da noite e encobrindo a sua lua que logo já não brilha mais.


J. Carvalho