28.11.12

As Variáveis do Marketing




Itacarezinho - Sul da Bahia

                             "As únicas variáveis que o marketing pode controlar são os 4p

(Um texto que nos coloca na realidade atual do Marketing)



Vamos imaginar que você esteja num barco maravilhoso, num mar calmo e azul, o dia está ensolarado e com uma brisa fantástica. Você está bem acompanhado e seu champagne está na temperatura ideal. Você não possui incertezas e muito menos problemas com dinheiro. Nesse momento tudo parece perfeito como se nada pudesse lhe acontecer.

Eis que de repente o céu que era azul torna-se escuro, o mar fica revolto, ondas gigantes aparecem. O vento agora bate forte desestabilizando a embarcação. Dá início a uma grande tempestade. É o caos! Tudo parece fora de controle, principalmente você. Ou melhor, tudo está fora do seu controle, de menos o seu emocional. Este, como muita fé em Deus, depende de você controlar.

Acalme-se! Isto é apenas uma metáfora. Agora vamos voltar à realidade. Imagine que o barco seja uma empresa. E o mar, o céu, a brisa, enfim, tudo, seja o ambiente onde a organização está inserida. Estas são as variáveis ambientais. São fatos imprevisíveis ou não em que o marketing não possui nenhum controle.
E mais, esse conjunto de variáveis, controláveis e incontroláveis é que formam o ambiente de marketing. Ele que irá interagir e influenciar o mercado. E este sistema é constituído de atores e forças externas que afetam a capacidade do marketing de desenvolver e manter bons relacionamentos com o seu mercado-alvo.

Entretanto, muitas vezes é cobrada uma atitude do marketing como se o mesmo tivesse poderes de Superman. Muitos esquecem que, num mercado adverso, com economia globalizada, com política em transformação e com avanços tecnológicos, tudo pode acontecer. E o marketing não tem e nem precisa ter controle sobre isso.

Entretanto, é preciso que o mercado entenda que as únicas variáveis que o marketing pode controlar são os 4ps. Produto, Preço, Praça e Promoção. E que isso já se traduz num esforço hercúleo. É uma atividade somente para os fortes. É pura kryptonita e na veia.

E, antes que alguém esteja pensando que talvez o profissional de marketing faça pouco, é bom lembrá-lo que, as variáveis incontroláveis independem do meu, do seu e do nosso querer. Elas são tão imprevisíveis quanto às mudanças climáticas da metáfora do texto.

Muitas vezes, quando dizem que uma empresa do mercado está em dificuldades e passando por momentos de incertezas, todos culpam apenas a concorrência e o marketing. Esquecem-se de lembrar que a concorrência é apenas uma entre tantas variáveis incontroláveis e que também representa somente uma das forças no ambiente em que a empresa opera.

E, quanto ao marketing, três coisas são certas: não é mágica, não é vidência e muito menos superpoder. Ele é uma parte da administração e que de acordo com Thompson (1956) apud Damke (2010) se trata de uma ciência social aplicada. Evolutiva no sentido de que acompanha a humanidade e dinâmica para poder acompanhar as transformações. Ou seja, é uma ciência mutável e mutante. E que, como todas as ciências, o marketing possui o seu papel pré-determinado que é o de ser útil e imprescindível para o sucesso das organizações que lidam com marca, imagem e pessoas.

*Silvana Chiaretto é professora universitária, formada em Comunicação Social, especialista em MKT e mestranda em Administração.

27.11.12

O VELHO E A FLOR ( V. de Moraes)



Por céus e mares eu andei,
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber
O que é o amor.

Ninguém sabia me dizer,
Eu já queria até morrer
Quando um velhinho
Com uma flor assim falou:

O amor é o carinho,
É o espinho que não se vê em cada flor.
É a vida quando
Chega sangrando aberta
em pétalas de amor.



21.11.12

Outra Vez



                                                       (Baia de Camamu - sul da Bahia)


Outra vez,
mares nunca d´antes navegado
o meu destino, como uma quilha, a singrar novas ondas
 impôs novos braços à certeza

Agora preciso do conforto da palavra amiga
 ouvir silenciosamente a bela canção antiga
que me diz da vida com toda a força do amor

É chegada a hora de mais uma partida
de repente o momento exato da emoção dividida
certamente não levarei nenhum rancor

O sol da nova manhã já me espera
nesse instante, no meu coração é primavera
não recuarei, pois não há mais vazio, nem temor. 

J.Carvalho


16.11.12

BORBOLETAS - ( Mário Quintana)


Parque Vale Verde - Betim - Minas Gerais


Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de
se decepcionar é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas,
assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém,
temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos,
porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam...
não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa,
você precisa em primeiro lugar, não precisar dela.
Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama)
e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar
não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!


14.11.12

ESCUTA... (L. Boff)

Segunda, 29 de outubro de 2012

A natureza de Boff

Para Boff,  muitos desastres poderiam ser evitados se as pessoas tivessem escutado e decifrado melhor os avisos

(Alfeu Trancoso* redacao@revistaecologico.com.br)




Boff:
 Boff: "Se não tivermos cuidado com nossa mãe primeira, não teremos cuidado com nós mesmos" Foto: JB
 

O valor da escuta - o pensador Leonardo Boff é um dos defensores mais fervorosos da Ecologia no Brasil. Em sua análise sobre a cultura ocidental e sua relação com a natureza, ele mostra como essa cultura é toda voltada para o privilégio do olhar. Sabemos que outras culturas, além da visão, privilegiam outros sentidos, como o da escuta, por exemplo. Os nossos índios ainda afirmam que podemos escutar a fala das montanhas, dos rios e das estrelas. Os xamãs são chamados para fazer a leitura daquelas falas, decifrando seus sentidos. Comunicam com a natureza e  respeitam  sua força e mistério.

De acordo com Boff, para que possamos conviver bem com o natural, precisamos aprender a escutar suas mensagens de modo a conseguirmos decifrar suas satisfações ou advertências. Há toda uma pedagogia oculta nos sinais da natureza. Olhar é fundamental, mas escutar também é preciso. Para ele, muitos desastres poderiam ser evitados se as pessoas tivessem escutado e decifrado melhor os avisos. Aprender a escutar as vozes da natureza, compreender os seus sinais, as suas advertências e clamores é essencial numa relação mais amorosa com o mundo. No caso da tragédia de Petrópolis, os sinais da tragédia anunciada estavam à vista de todos, antes, da tempestade se abater sobre a região.

O cuidado - O cuidado é uma das qualidades mais importantes do ser humano. Infelizmente tão pouco incentivada e, em grande parte, esquecida. Essa atitude é uma das finalidades básicas do amor, pois este implica encontro, cuidado, proteção e apego. E se não tivermos cuidado com nossa mãe primeira, não teremos cuidado com nós mesmos. O cuidado  é, portanto, um pertencer da essência humana.
Cabe aqui a frase bem conhecida: Quem ama cuida. Esse tema deveria ser obrigatório  desde  o primário até os cursos superiores, já que somos o que  aprendemos. Basta olhar em volta para ver que não temos nenhum cuidado com a natureza, retiramos  tudo dela,  esgotando seus recursos sem  a mínima preocupação. E o mais triste é que estamos fazendo do ambiente natural uma imensa lixeira dos nossos dejetos. Acreditamos que o mundo está aí a nossa disposição, pois somos os seres racionais e que, portanto, temos um direito divino de dominar o que é irracional. Precisamos com urgência desmentir essas falácias, pois a racionalidade está em tudo, desde uma bactéria a uma galáxia.

A consciência - Os homens precisam saber que o sistema-vida e o sistema-civilização estão em crescente ameaça, pois a natureza e o humano estão em perigosa rota de colisão. É para ontem e não para hoje nem amanhã, a necessidade premente de começarmos a construir os alicerces do novo paradigma homem + natureza. A conscientização dessas ameaças tem  de ser estendida a todo ser humano de bom senso. O tempo está passando, mas ainda podemos recuperar a dimensão de encantamento com o mundo, criando um novo sonho. Os paradigmas de conquista, expansão e exploração devem ser trocados pelos de cuidado, respeito e sustentabilidade global. Essas atitudes conjuntas podem impedir que as advertências da natureza se transformem em tragédias. O que, segundo Boff, Não podemos esquecer que a natureza é uma herança sagrada, uma oferta do Universo e de Deus, que nos entregou para, ser amada e cuidada.

(*) Ambientalista e professor de Filosofia da PUC Minas.

6.11.12

ORAÇÂO DO MILHO - Cora Coralina


 
 
 
Parque Inhotim - Matozinhos - MG
Senhor, nada valho.

Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres.

Meu grão, perdido por acaso,

nasce e cresce na terra descuidada.


Ponho folhas e haste e se me ajudares, Senhor,

mesmo planta de acaso e solitária,

dou espigas e devolvo em muitos grãos

o grão perdido inicial, salvo por milagre,

que a terra fecundou.


Sou planta primária da lavoura.

Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo

e de mim não se faz o pão alvo universal.


O Justo não me consagrou Pão de Vida, nem lugar me foi dado nos altares.

Sou apenas o alimento forte e substancial dos que trabalham na terra, onde não vinga o trigo nobre.

Sou de origem obscura e de ascendência pobre,

alimento de rústicos e de animais de jugo.


Quando os deuses da Hélade corriam pelos bosques

coroados de rosas e de espigas,

quando os hebreus iam em longas caravanas

buscar na terra do Egito o trigo dos faraós,

quando Rute respigava cantando nas searas de Booz

e Jesus abençoava os trigais maduros,

eu era apenas o bró nativo das tabas ameríndias.



Fui o angu pesado e constante do escravo

na exaustão do eito.

Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante.

Sou a farinha econômica do proletário.

Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam

a vida em terra estranha.


Alimento de porcos e do triste mu de carga.

O que me planta não levanta comércio, nem avantaja dinheiro.

Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paióis.

Sou o cocho abastecido donde rumina o gado.



Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece.

Sou o cacarejo alegre das poedeiras à volta de seus ninhos.

Sou a pobreza vegetal agradecida a Vós, Senhor,

Que me fizestes necessário e humilde.

Sou o milho.”



(Cora Coralina, Oração do Milho em Poemas dos Becos de Goiá e Estórias Mais, Global Editora, São Paulo 1985, pp. 163-164)

1.11.12

ON X OFF




Praia de São José - Itacaré-BA - Hotel Eco-Resort Itacaré

ON     X     OFF
                                                                                                                                             

ON  são nossos compartilhamentos frios e distantes

OFF são nossos abraços, nosso amor,  nossos laços fortes de amizade

ON  são nossas frases curtidas, nossas fotos de chegadas e partidas

OFF são falas que confortam, nossos registros maiores de poses e caminhadas

ON  são nossas imagens descompromissadas, muitas sem apego... leves, ilustradas

OFF são nossas construções idealizadas, nossos sonhos e desejos

ON  são beijos imaginários, encontros e baladas, colorida magia com os amigos

OFF são nossos acolhimentos consequentes, encontros verdadeiros de corpos e mentes

ON  são frases ao vento, textos colados e perdulários momentos

OFF são conteúdos do coração, investimentos sinceros e lealdade

ON  são fragmentos e fantasias revestidos do real e do insustentável

OFF é a nossa sustentabilidade,  com a arte,  oamor,  é a nossa oração plena do compromisso com a Vida.


J. Carvalho