O Ano de Pensar ( veja ed. 2146)
... "Pensar não é uma obrigação: é um direito e deveria ser um prazer.
Naquela horinha no ônibus ou no carro, andando, nadando, comendo,
não fazendo nada - o que é um luxo, e nós bobos, poucos saboreamos -
nada melhor do que deixar tudo de lado e refletir, ou deixar as ideais vagando
numa atenção flutuante, como dizia Freud. Largar a mão, por alguns instantes,
dos compromissos, do cansaço, da falta de tempo, da dificuldade em ser feliz,
da pouca harmonia consigo e com o mundo, das tragédias, das decepções universais
ou pessoais - e dar-se o prêmio de pensar.
...A essência seria esta: neste ano eu vou pensar. Em mim, na vida, nos outros, no mundo,
em mil coisas ou numa coisa só - que seja realmente importante.
Pensar para ser uma pessoa mais decente; pensar para amar mais e melhor, começando
por mim mesmo; pensar para votar com mais lucidez; pensar no que de verdade eu quero,
se é que eu quero alguma coisa - ou sou do tipo que se deixa levar pelo desânimo, pela preguiça
ou desencanto?...
...Acredito que apesar de Copenhague, o mundo não vai torrar (as opiniões dos cientistas divergem), que vamos ter motivo para nos orgulhar de nossos países, que não vai haver tanta miséria e cinismo, que colégios vão ensinar melhor e exigir mais em lugar de facilitar tão absurdamente e despejar tanta gente despreparada no mundo.
Sei que todos algum dia acordamos com a senhora desilusão sentada na beira da cama. Mas a gente vai à luta e inventa um novo sonho, uma esperança, mesmo recauchutada: vale tudo menos chorar tempo demais. Pois sempre há coisas boas para pensar. Algumas se realizam. Criança sabe disso. Feliz 2010!
Naquela horinha no ônibus ou no carro, andando, nadando, comendo,
não fazendo nada - o que é um luxo, e nós bobos, poucos saboreamos -
nada melhor do que deixar tudo de lado e refletir, ou deixar as ideais vagando
numa atenção flutuante, como dizia Freud. Largar a mão, por alguns instantes,
dos compromissos, do cansaço, da falta de tempo, da dificuldade em ser feliz,
da pouca harmonia consigo e com o mundo, das tragédias, das decepções universais
ou pessoais - e dar-se o prêmio de pensar.
...A essência seria esta: neste ano eu vou pensar. Em mim, na vida, nos outros, no mundo,
em mil coisas ou numa coisa só - que seja realmente importante.
Pensar para ser uma pessoa mais decente; pensar para amar mais e melhor, começando
por mim mesmo; pensar para votar com mais lucidez; pensar no que de verdade eu quero,
se é que eu quero alguma coisa - ou sou do tipo que se deixa levar pelo desânimo, pela preguiça
ou desencanto?...
...Acredito que apesar de Copenhague, o mundo não vai torrar (as opiniões dos cientistas divergem), que vamos ter motivo para nos orgulhar de nossos países, que não vai haver tanta miséria e cinismo, que colégios vão ensinar melhor e exigir mais em lugar de facilitar tão absurdamente e despejar tanta gente despreparada no mundo.
Sei que todos algum dia acordamos com a senhora desilusão sentada na beira da cama. Mas a gente vai à luta e inventa um novo sonho, uma esperança, mesmo recauchutada: vale tudo menos chorar tempo demais. Pois sempre há coisas boas para pensar. Algumas se realizam. Criança sabe disso. Feliz 2010!
Nenhum comentário:
Postar um comentário