VIOLÊNCIA & SOCIEDADE: Proibir comércio de armas não é solução | | | |
(Dom, 24 de Abril de 2011 17:41 no Blog do Senador Cristovam Buarque) | ||||||||
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Comentários: Mídia, Política, Marketing, Cinema, Literatura. Divulga: Ensaios, Crônicas e Poemas, do próprio autor e de outros.
VIOLÊNCIA & SOCIEDADE: Proibir comércio de armas não é solução | | | |
(Dom, 24 de Abril de 2011 17:41 no Blog do Senador Cristovam Buarque) | ||||||||
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Uma palavrinha para refletirmos sobre a tragédia do Realengo/Rio de Janeiro, que nos entristeceu e nos chocou profundamente.
Evoluimos ou involuimos amigos?
Estamos diante de um repertório enorme de tecnogia, que acalanta e camufla um bando de doentes e os estimulam a colocar em prática seus joguinhos viciados da internet, que alimentam suas sociopatias e neuroses, via facebook, blogs, twiter... partindo para a realidade com a celeridade de um player qualquer da tela de seu computador.
Estamos atônitos e meio descuidados. Largamos nossos jovens e nossos sentimentos nas telas, câmeras, teclados e áudios das maravilhas da portabilidade e da mobilidade tecnológica, e esquecemos que precisamos, todos, muito mais do cólo de nossos pais, dos ensinamentos de Deus em nossos corações e mentes, do carinho e do amor do outro(sem pieguice) e fundamentalmente, de reaprender a respeitar os limites. Estamos vivenciando comportamentos deliberados de nossa sociedade excessivamente consumista, agressiva, desrespeitosa, que precisam ser regrados, e nossa juventude está descuidada, e necessita urgentemente de novos caminhos, de boas referências e de saudáveis relações.
Nossos filhos e netos, de classe média e mais abastardas, estão repletos de tudo, não se esforçam muito e tudo tem a seus pés, e seguem coloridos se achando belos e perdidos nas noites pervertidas de êxtases, excessos de álcool, cigarros..., fazendo sexo irresponsavelmente, e se achando o máximo. Os jovens de agora, precisam voltar a sonhar e realizar seus sonhos com o esforço necessário, que dá sabor a todas as conquistas, e os amadurecem e lhes dão sustentação emocional. Pois é notório que estão fragilizados e cheios de fugas. Quando chega a hora da verdade, correm procurando o cólo que desrespeitaram e desprezaram, achando que bastam apertar a tecla Enter, para tudo voltar a normalidade equivocada.
Infelizmente nos descuidamos, enquanto a eletrônica toma conta de nossas vidas. Pais, diretores de escolas, professores e o poder público, devem se unir com o propósito de salvar nossos educandários. Que Deus tenha piedade desta e das novas gerações, pois enquanto pernacer esse "status quo", neste estado débil de normoses, vamos ter que suportar essas babáries todas, registradas em tempo real, por toda essa parafernália eletrônica, em um "show" midiático do grotesco, entrando em nossas casas nos ofertando um menu de situações nefastas, que nada constroem em nossas vidas!
Alguns anos se passaram, mas o discurso de Chaplin, no filme "O Grande Ditador," ainda é atual, e vai ser por muitas décadas, pois muito avançamos em tecnologia e acessos a bens materiais, e muitas viagens fizemos, no entanto, não percorremos a pequena estrada entre o nossa mente e o nosso coração, e pouco evoluimos durante todos esses anos e não melhoramos muito, quase nada como irmãos.
As ditaduras ainda permanecem oprimindo povos, a violência está insuportável, as lideranças políticas raras, os valores morais muito distantes das novas gerações... enfim, caminhamos para um estado onde as minorias continuarão bastardas e multidões abandonadas a própria sorte; são milhões de miseráveis no nosso maravilhoso planeta terra, sem teto, sem saúde, sem comida, sem água potável, sem ..., ... mas com Celulares e TVs de LCD, habitando as marquises das cidades, ou quando muito dormindo sob tetos de lona.
O ULTIMO DISCURSO ( de O Grande Ditador)
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.
Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!
Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!
Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!