7.10.11

No Fim do Arco-íris ( ou de Justin Bieber ao Cabelo do Neymar)


Fácil é detectar o descompasso, o hiato perigoso na mídia nacional.
Há um descaso com a inteligência e a percepção do telespectador, leitor, ouvinte, e não podemos mais ficar tão passivos com tanto descaso, com relação ao que se apresenta na maioria das redes de comunicação em nosso país, numa guerra pela audiência a qualquer preço. O foco na violência é exacerbado, caiu numa normose perversa. Personalidades "produzidas" e atratividades inventadas para preencher um tempo precioso, com evidências grotescas e muitas vezes imorais; quando poderia ser preenchido com obras dos voluntários do bem, com ações dos atores de ajudas sociais e da doação ao outro. Perdem-se inúmeras oportunidades de se mostrar bons exemplos de atitudes cidadãs e construtivas que poderiam abrir um horizonte novo.

Constroem-se celebridades no vazio e depois cobram do todo social, boas posturas e valores.
Seja pela ousadia de um vestido curto de uma jovem em busca de notoriedade em uma universidade qualquer; um ladrãozinho de rua de pequenos roubos, com toque de humor dando entrevista a um repórter oportunista; um belo traseiro de uma BBB que logo estará nas revistas masculinas; uma repetição escandalosa de um vídeo de campanhas políticas; uma frase de efeito de um "tiririca"; as letras agressivas dos grupos de pagodeiros ou funkeiros(nada contra, vai quem quer), ou os gestos, canções e modelitos de Justin Bibier, e o corte do cabelo do Neymar. Nada disso constroe e muito menos apresenta qualquer alternativa para se construir vidas dignas.

Não sei apontar precisamente onde reside o equívoco, mas é imperativo, uma reflexão dos senhores proprietários dos veiculos de comunicação, (se é que desejam fazer este exercício), pois quem sabe nos dariam as respostas às nossas inquietações, e afirmar ou negar, se vale a pena continuar colaborando para construir este extrato social pobre e degradante, ou abrir uma perspectiva do novo, para construir um conteúdo informativo e entretenimento relevantes. Daí, certamente, contribuir de forma positiva para se alcançar uma convivência melhor nos nossos centros urbanos, tão violentos e totalmente alijados do respeito e dos valores morais. Posso afirmar que isso é a base de onde se extrai todo o caldo dos horrores que condenamos em nossos meios sociais urbanos e que assistimos irresponsável e passivamente, pois a engenharia da comunicação moderna, tenta nos impigir, acreditando certamente no filtro de nossa indiferença.

É chegada a hora de despertarmos desse pesadelo e nos unir em um sonho novo. Com atitudes inovadoras tentar reverter tudo isso. Tem que ser agora, pois amanhã talvez já estejamos muito distantes.

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