Nascemos e crescemos sob o domínio, o condomínio dos desejos de morar bem e de
forma confortável no lugar que sonhamos para ser o nosso lar, nossa morada de
descanso, e prazeres em família.
Desenhamos em nossos imaginários os jardins, móveis,
tapetes, luminárias, banheiros modernos,
tetos bonitos, quartos, quintais... enfim; e
recebemos rotineiramente estímulos por milhares de informações publicitárias
nos indicando os objetos e os caminhos mais acessíveis para alcançarmos o nosso
“Morar Bem”. Aos poucos vamos acumulando reservas mensais e realizando o que
planejamos.
Mas o "Morar bem" pode ter vários conceitos e definições. Para
você pode ser viver em uma casa com vários quartos e banheiros; para mim e minha família seja em um apto de 4 quartos com varanda ou uma casa no campo; para meus avós
apenas a reforma da sala e da cozinha já seria talvez o seu “morar bem”; para o jovem adolescente apenas ter um quarto
confortável e colorido com seus dispositivos eletrônicos à mão, enfim. Para
os menos favorecidos, pode está apenas em uma cama com um bom colchão para
restaurar as energias.
As ofertas são várias, como vários são os montantes em
dinheiro e “facilidades” a longos prazos para concretização do “Morar
Bem”. Outros fatores pesam no momento da
escolha, por exemplo: o local, a vizinhança, segurança, transporte público
disponível, proximidade de escolas, supermercados, padaria, farmácia, região silenciosa, enfim. Estamos morando bem e seguros em nossas
cidades? Acho que esta resposta ninguém pode afirmar positivamente nos tempos
de agora.
Mas por fim o que era sonho e desejo de “Morar Bem” para
suprir as necessidade de exibir, de
receber pessoas em casa, de aumentar a família... Com o passar dos anos fica tudo disperso e
vem os desencontros, a solidão, o vazio
torna-se insuportável. Os filhos “voam”, os casais se separam ou ficam sós. O significado de "morar bem"
continua a se modificar.
Chega a última parte da vida e precisamos diminuir os espaços e as coisas, desfazer, procurar a essência, jogar fora, desocupar para um livre viver, finalmente. Daí, "morar bem" pode significar o menor espaço possível, ficar apenas com o essencial, os retratos, os bons livros, as lembranças das viagens, os móveis estimados, as relíquias. Podemos nos contentar até mesmo em mirar uma parede branca, com ou sem texturas, sem quadros, sem retratos, simples assim. É quando fica claro que não precisamos realmente de muita coisa. Nada muito além de um cantinho onde possa descansar o corpo, apascentar a alma e permitir-nos um voo sereno em reminiscências da vida que foi e sempre será o nosso “Morar Bem”.
Chega a última parte da vida e precisamos diminuir os espaços e as coisas, desfazer, procurar a essência, jogar fora, desocupar para um livre viver, finalmente. Daí, "morar bem" pode significar o menor espaço possível, ficar apenas com o essencial, os retratos, os bons livros, as lembranças das viagens, os móveis estimados, as relíquias. Podemos nos contentar até mesmo em mirar uma parede branca, com ou sem texturas, sem quadros, sem retratos, simples assim. É quando fica claro que não precisamos realmente de muita coisa. Nada muito além de um cantinho onde possa descansar o corpo, apascentar a alma e permitir-nos um voo sereno em reminiscências da vida que foi e sempre será o nosso “Morar Bem”.
J. Carvalho – 27.02.2014
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