11.4.15

"O NECESSÁRIO "






Desde os tempos primeiros, nós humanos aprendemos a viver apenas com o necessário, subtraindo da natureza o que nos mantém vivos e em plenas atividades diárias no trabalho, lazer, etc. Com a passagem para a era da industrialização e os avanços das tecnologias, o advento do  Marketing e da Publicidade,  nos conduziram ao consumo de víveres e objetos que fugiram à racionalidade do simples e do apenas necessário e passamos a buscar os nossos desejos de alcançar bens e conforto que permeiam os nossos sonhos, -  "os sonhos de consumo" -  dito popular.

Mas afinal como definir o que é o necessário para se viver com alegria e em equilíbrio?
Definiria o bem viver para o ser humano, como obter a sua renda, ter o seu  trabalho que lhe possibilite ter acesso a sua moradia com o mínimo de conforto; poder se alimentar dentro dos padrões da normalidade, ter acesso aos cuidados com a saúde; condições básicas de se educar e à sua família; ter acesso a meios de locomoção dignos; ter lazer e entretenimento;  o exercício de sua religiosidade e de sua espiritualidade; conseguir manter-se em equilíbrio físico e emocional.

Com a chegada da era da Informação,  nas últimas décadas do século passado até os dias atuais, e com o advento da Internet, o mundo ficou a um clic para milhões de pessoas em todo o mundo e fomos estimulados pelo novo, pelo diferente.  Passamos a querer ter acessos diversos: conteúdos informativos; detalhamentos de serviços; objetos criativos; inovações de cores e sabores; o mundo da eletrônica; das praticidades dos móveis que ilustram nossos ambientes emcasa e no trabalho; equipamentos de últimas gerações; carros repletos de tecnologia; aparelhos de telefonia, enfim, fomos conduzidos para um mundo novo, novos desafios de conquistas.

Todavia, é preciso sermos racionais e cuidadosos, pois temos nossas limitações. Sonhos devemos tê-los e por eles devemos lutar; mas não os tornarmos rotineiros como tentam nos impor as ações de marketing através da publicidade, uma de suas ferramentes vigorosas;  pois aí perde-se o sentido maior, perde-se o sabor das grandes realizações. Torna-se distorcido, banal  e pode nos trazer prejuízos de toda ordem.

O Marketing tem por definição: (P. Kotler)- " Um Processo pelo qual indivíduos e organizações obtém o que necessitam e desejam por meio da criação e troca de valor com outros". Acrescento que tem por finalidade despertar nos consumidores, necessidades e desejos; estimular conquista e impulsionar a todos para degustar o que é novo, o que é prático e confortável, comprar e repetir, torna-se fiel.  Utiliza-se da ferramenta da publicidade para comunicar em todas as mídias as novidades, os diferenciais dos produtos e serviços embalando-os em "pacotes" que aguçam os sentidos e estimulam os consumidores a sonharem com aquisições diversas. Diante dessas exposições de estímulos criativos e através dos mecanismos das mídias, nas gôndolas de exposições dos produtos em supermercados, lojas, eventos, enfim;  é preciso que utilizemos a ferramenta da racionalidade para diferenciar com clareza e objetividade o que é a Necessidade e o que é o Desejo. Pois se não estivermos atentos a isso, podemos adquirir objetos e serviços por pura impulsividade e/ou apenas suprir carências momentâneas, conduzidos ao ato da compra pela força que esses mecanismos despertam em nós e daí nos comprometermos financeiramente, nos colocando em instabilidades de toda ordem.

Vivemos num mundo mágico, no zelo criativo da imagem e das tentações para o consumo, com facilidades de degustações e do fácil acesso. Precisamos está atentos e não nos deixar conduzir para o consumo irresponsável e vazio. Não podemos nos esquecer que na vida o bom é o simples, o necessário, o que podemos adquirir sem nos trazer prejuízos e preocupações. Sobretudo termos a consciência plena do necessariamente verdadeiro, daquilo que nos  nutre e nos hidrata e por fim nos deixa confortavelmente em paz.


J. Carvalho


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