26.6.15

AUSÊNCIA










A propósito de Carlos Drummond de Andrade:

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.

Não há falta na ausência.

A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Um comentário:

Tina disse...

Ah, Drummond! Ausência para mim significa que já houve presença. E se fez presença, quer dizer que foi bom. Penso, então, que ausência quer dizer história. =)